Turismo e fotografia: um estudo bibliométrico sobre o uso de metodologias de análise da imagem nas pesquisas em turismo

Abstract


 
 
 
 Este artigo se propõe a investigar o uso de metodologias de análise da imagem em pesquisas de turismo nacionais e internacionais recentes (2012 a 2017). Por meio de pesquisa exploratória e de uma revisão sistemática de literatura, de caráter bibliométrico, em bases de periódicos mundiais, buscou-se verificar as principais metodologias utilizadas no campo do turismo, em quais áreas esses métodos são mais empregados e de que modo são coletadas imagens fotográficas para as pesquisas. Como resultado, verificou-se que as pesquisas em turismo utilizam, para analisar imagens, metodologias tradicionais como semiótica e análise de conteúdo. Diversas metodologias apareceram mais sutilmente, como é o caso da volunteer-employed photography, da antropologia visual/fotoetnografia, da foto elicitação, da Zaltman metaphor elicitation technique (ZMET), e outras, entre as quais a iconografia. Cabe salientar que o uso dessas metodologias nas pesquisas analisadas foi combinado com outros métodos qualitativos conceituados – entrevistas em profundidade e observação participante, por exemplo –, como forma de validar resultados da pesquisa. Contudo, notou-se, por meio desse mapeamento, que as metodologias de análise visuais podem contribuir para a pesquisa em turismo, capturando o olhar do turista e oferecendo perspectivas que surveys ou entrevistas em profundidade não são capazes de fornecer. Assim, este artigo aponta novas possibilidades para as pesquisas em turismo.
 
 
 

North Korea’s emerging martial arts tourism: a Taekwon-Do case study

“…As such, the subject supplied the photographs she took during her stay in the DPRK. The purpose of including some of those photos, in the words of Godoy and Leite (2019), was to “[capture] the tourist gaze and [offer] perspectives that neither surveys nor in-depth interviews are able to provide”. The information gleaned from these photographs was incorporated into the study’s conclusions.…”

Uso e potencial da fotoetnografia para os estudos turísticos

“…As autoras (Godoy & Leite, 2019) apontam, contudo, que a fotoetnografia vem lentamente ganhando espaço e já se encontrando em quarto lugar, dentre as 7 categorias analisadas em seu estudo: Análise de conteúdo; Semiótica; Essa seção se dedica a apresentar a aplicação empírica da metodologia fotoetnográfica de forma a ilustrar sua utilidade no âmbito do Turismo e Hospitalidade. Ainda que um exemplo seja incapaz de contemplar a multiplicidade de potenciais usos, o exercício aponta uma possibilidade.…”

“…As metodologias que utilizam a imagem como objeto válido de investigação em turismo incluem: iconografia fotográfica, semiótica verbivisual, fotoetnografia, análise de conteúdo, VEP (volunteer-employed photography), Foto Elicitação; ZMET (Zaltman metaphor elicitation technique), entre outros (Elicher, Fraga & Moraes, 2021;Godoy & Leite, 2019). As pesquisas envolvem desde compreender o imaginário projetado do lugar (como em Garrod, 2009), passando por aspectos que influenciam na decisão do turista na escolha de destinos (tal qual Lo et al, 2011), aspectos da vida cotidiana (como a descrição de modos de produção dos ceramistas de Teresina retratado por Cantalice e Alencar, 2019), até significados atribuídos a uma experiência (como em Nguyen, 2021), características percebidas de um destino (conforme realizado por Garrod, 2008), e fenômenos-sócio-espaciais (conforme ocorre em Manosso e Gândara, 2006).…”

“…Apontam apenas dois nos quais verificaram que as fotografias não partem somente da câmera do antropólogo, mas também da comunidade ou dos turistas. Os pesquisadores (Balomenou e Garrod, 2014 e Santos, 2016) combinaram a fotoetnografia ao método VEP (volunteer-employed photography), buscando construir narrativas com o olhar dos próprios sujeitos pesquisados(Godoy & Leite, 2019).Encontrou-se também os trabalhos deBandyopadhyay (2011) e Kay (2019) que mencionam ter utilizado a fotoetnografia no âmbito do turismo. Bandyopadhyay (2011) apresentou uma breve fotoetnografia do "turismo como neo-colonialismo" em seu artigo.…”