“…Se o tráfico negreiro para as colônias britânicas e os Estados Unidos estava proibido, e acarretara a queda do preço dos cativos em Ajudá "a um pouco menos da metade dos níveis anteriores a 1807", nos portos brasileiros, na mesma época, o preço dos escravos "subira de forma considerável" (Costa e Silva, 2004: 81). Assim é que, mesmo depois da assinatura do Tratado de Aliança e Amizade com a Inglaterra (1810), que previa artigo | maria laura viveiros de castro cavalcanti a abolição do tráfico de escravos africanos pelos portugueses, o tráfico do golfo de Benim para o Brasil permaneceu intenso (Soares, 2014), e o embarque de escravos pelos portugueses era mesmo, segundo Costa e Silva (2004), autorizado a partir de Ajudá, embora não em outros portos da costa. 59 Na primeira metade do século XVIII, os daomeanos percebiam-se como guerreiros e não como mercadores de escravos, pois apenas depois de reservar para sacrifícios partes significativas dos prisioneiros de suas guerras, colocavam os demais no mercado do tráfico (Costa e Silva, 2004).…”