“…As decorrências desta abordagem para os estudos geográficos podem ser promissoras, a começar pelas contradições entre, de um lado, a mobilidade da força de trabalho, em muitos casos cada vez mais precária e, de outro, a mobilidade do capital, cada vez maior.1 A mobilida-de geográfica da força de trabalho, considerando tanto a produção quanto a reprodução social, está sujeita a diversas restrições, como a precariedade dos serviços de transporte público coletivo, tarifas elevadas de transporte, espraiamento das periferias urbanas em grandes extensões, dissociação entre o planejamento urbano e o planejamento de transportes (Vasconcellos, 1999;Cocco, 2013) etc., como causa e consequência uns dos outros. Por sua vez, a mobilidade do capital financeiro e das mais diversas frações do capital produtivo (industrial, agropecuário, serviços produtivos) e serviços básicos está cada vez mais livre de obstáculos, em termos normativos e materiais.…”