Este estudo apresenta o relato de uma experiência de acolhimento universitário a partir da realização de grupos operativos com estudantes de Psicologia de uma universidade pública do interior de Minas Gerais, Brasil. Participaram seis universitárias, com idades entre 18 e 27 anos, matriculadas entre o terceiro e o quarto semestres. Foram realizados cinco encontros em grupos operativos, coordenados por três psicoterapeutas utilizando recursos audiovisuais e literários para disparar as interações. A tarefa explícita dos grupos foi: pensar e dialogar sobre ser universitária e estudante de Psicologia. A interpretação e análise dos dados foi realizada por meio do levantamento dos principais emergentes grupais ligados à tarefa explícita. Por meio do conteúdo manifesto foram construídas três categorias: 1) Entrada na universidade e distanciamento de casa e da família; 2) Família e escolha profissional, e 3) Ser mulher na universidade. Diferentes marcadores emergiram na experiência universitária, sobretudo os relacionados à adaptação, às relações familiares, às questões de gênero e a construção da identidade profissional. Os grupos operativos possibilitaram a criação de espaços de escuta, diálogo e reflexão de temas caros à formação pessoal e profissional, demonstrando ser um recurso metodológico relevante para a atenção e promoção de cuidados em saúde mental no ensino superior.
Palavras-chave: Educação superior; estudantes; processos grupais; saúde mental; saúde do estudante.