Transexualização em Narrativas de Histórias de Vida sobre a Infância

Abstract

RESUMOAnálise psicossocial do processo de transexualização na infância, por meio das narrativas da infância de três transexuais masculinos e três transexuais femininos, sendo dois representantes de cada geração -mais nova, do meio e mais velha. Identifica-se a produção histórica dos significados de gênero e suas vivências sentidas. Utiliza o referencial teórico e metodológico qualitativo da Psicologia Social e dos Estudos de Gênero. Realiza uma análise de conteúdo descritivo-interpretativa das histórias de vida. As infâncias foram marcadas pelos questionamentos sobre si mesmos e da sua diferença em relação às outras crianças e adaptar-se para serem aceitos. Destacam-se as brincadeiras de criança e estratégias de disfarce na aparência para serem meninos e meninas. Essas são formas de atender aos padrões heteronormativos e evidenciam aspectos fossilizados de significação. Por outro lado, a aceitação por parte dos familiares indica importante elemento de ruptura e de possibilidade de viver a diferença. Palavras-chave: transexualização, infância, psicologia social. ABSTRACTPsychosocial analysis of the transexual process in childhood through the narratives of three male and three female transgender, two representatives of each generation -younger, middle and older. Identifies the historical production of the meanings of gender and their felt experiences. Using the theoretical and methodological quality of Social Psychology and Gender Studies. Recounts the narratives of childhood three male transsexual and three female transexual, two representatives of each generation -younger, middle and older. Conducts a content analysis of the descriptiveinterpretative life stories. Childhoods were marked by questions about themselves and their difference from other children and adapt to be accepted. We highlight the children's games and strategies in disguise looks to be boys and girls. These are ways to meet the standards and heteronormative aspects fossilized evidence of meaning. On the other hand,

Trajectories of Development and Socialization of Trans Brazilian Youth Through Self-Portraits

“…were chided attention, by the way they sat. These are experiences shared by most children, but which gain particular meaning for those who experience a dissident gender experience, as discussed earlier (Kennedy, 2010;Jesus, 2013;Lanz, 2014;Silva and Oliveira, 2015;Vasco, 2015).…”

“…Cisgenerity, as well as compulsory cisgenerity or cisnormativity, is the analytical concepts used to structurally understand the cis experience as a stabilizer of gender norms, just as heterosexuality stands for sexual orientation (Vergueiro, 2013;Bagagli, 2016). Silva and Oliveira (2015) investigated what they called the process of transsexualization and development. This process "consists of the path toward self-recognition as transsexual and the production of transsexual identity from personal experiences" (p. 485).…”

Não conformidade de gênero e infância: revisando a produção científica

“…As pesquisas buscaram compreender a relação entre os pais e os seus filhos, bem como o processo de transição social e qual a rede de sentidos e significados dessa experiência (Gray et al, 2016;Pyne, 2016;Tyler, 2015;Gonzalez et al, 2013;Malpas, 2011;Lev, 2010). Pesquisas que trabalham com a memória das pessoas trans adultas destacam a importância do suporte parental durante as fases da infância e juventude no desenvolvimento destas pessoas (Kich, 2011;Jesus, 2013;Silva & Oliveira, 2015).…”

Acesso ao mercado de trabalho formal: desigualdades de gênero entre mulheres e homens trans

“…Durante a vida, as pessoas trans 1 sofrem em decorrência dos estigmas, discriminações e violências sociais. Em um estudo qualitativo de escuta de história de vida de seis transexuais, três mulheres e três homens, de três gerações diferentes, Silva e Oliveira (2015) verificaram que, desde a infância, há a necessidade de se adotar estratégias de disfarce quando o contexto é menos livre. Giongo, Menegotto e Petters (2012) revelam que 89% das mulheres trans saem de casa entre 11 e 14 anos de idade, tanto por serem expulsas quanto para serem livres para viverem suas identidades de gênero.…”