“…Foi comum encontrar a Nesse sentido, tomar a perspectiva econômica como uma das bases para a compreensão das escolhas e trajetórias parece profícuo para explicitar o quanto o trabalho de cuidado como profissão é um local para a inserção laboral das classes populares. Autoras como Mosqueda-Díaz et al (2013) e Glenn (2016) analisam que o trabalho de cuidado é desvalorizado socialmente, e isso é decorrente do fato de a profissão ter estreita ligação com a esfera da vida privada, ser majoritariamente desenvolvida por mulheres e ter, no seu cerne, a concentração de pessoas com poucos recursos financeiros.Nesta perspectiva, em outro estudode Fontana e Brigo (2012), os/as técnicos/as de enfermagem que conciliavam o trabalho com a Graduação em enfermagem relataram a manutenção dos estudos para a busca de melhores condições salariais e de trabalho, além da mobilidade social ascendente.deBittar (2015) com jovens paulistanos residentes em bairro de camada popular, em que o trabalho técnico é que define os itinerários de formação superior, uma vez que "[...] sentem-relataram o desejo de possuírem maior poder econômico e estabilidade no emprego que a carreira do cuidado pode proporcionar(Huppatz, 2010).Em uma pesquisa sobre o perfil de formação na área de enfermagem no Brasil, quase 32% dos enfermeiros realizaram cursos de auxiliares e/ou técnico na área, reafirmando a ideia de que a inserção de profissionais de nível médio na área no ensino superior é comumente encontrada nos percursos profissionais. Outro achado importante foi que 34,3% de auxiliares e técnicos/as em enfermagem cursavam ou possuíam a formação de nível superior, e 78,1% deles pretendiam dar continuidade aos estudos, tendo em vista o ingresso no mercado de trabalho(Silva e Machado, 2020).…”