“…A incapacidade do grupo em lidar com a influência de pressões externas, como nos episódios das sanções contra a Rússia, da renúncia de Zuma na África do Sul e do impeachment de Dilma Rousseff no Brasil, ou mesmo com as tensões intragrupo, como a deterioração das relações sino-indianas e as hostilidades diplomáticas sino-brasileiras, indica uma clara reversão das expectativas otimistas outrora nutridas em relação aos BRICS (Batista Jr., 2019;Ibañez, 2020). O abandono da política externa ativa, o alinhamento ideológico com o governo Trump e a gestão inconsequente da crise do coronavírus pelo governo Bolsonaro, no Brasil, também dificultam o estabelecimento de uma estratégia coerente e articulada entre os países (Oliveira et al, 2021). E, apesar de a China ainda se identificar como uma economia em desenvolvimento, o país já opera como uma grande potência, Hundt e Uttan (2017), por sua vez, propõem descortinar "as origens sociais do capitalismo" e argumentam que o "enraizamento social" é uma précondição institucional para a construção de estados intervencionistas fortes e capazes de promover políticas econômicas, industriais e distributivas robustas e efetivas.…”