RESUMO -O presente estudo teve como objetivo investigar como meninas em situação de risco estão lidando com a situação de risco de se responsabilizar por irmãos menores e pelos cuidados da casa. Quatro meninas com idades entre oito e 12 anos foram entrevistadas. As informações coletadas foram submetidas ao método de análise qualitativa lefevriano. Os resultados revelaram que as situações e os riscos a que as meninas estão submetidas defl agram o uso da capacidade de resiliência, demonstrando que conseguem utilizar diferentes recursos de modo a enfrentar e superar seus problemas e difi culdades.Palavras-chave: resiliência; desenvolvimento infantil; fator de proteção; fator de risco.
Resilience and Child Development of Children who Take Care of Children: A Vision in PerspectiveABSTRACT -The present study aimed to investigate how girls at risk are dealing with the responsibility of taking care of their younger siblings and home tasks. Four girls, eight to 12 year-old were interviewed. The data were analyzed by lefevrian qualitative method. The results revealed that the situations and the risks that the girls are submitted defl agrate resilience, demonstrating that they can use different ways and resources to face and to overcome their problems and diffi culties.Key words: resilience; child development; risk factor; protective factor. que: "Assim como bem-estar signifi ca mais do que riqueza, que: "Assim como bem-estar signifi ca mais do que riqueza, que: " pobreza signifi ca mais do que renda insufi ciente para cobrir as necessidades mínimas de uma fam ínimas de uma fam í ília ília í " (p. 27). Embora a literatura seja crescente, ainda existem poucos estudos que relacionam a capacidade de resiliência e o desenvolvimento infantil e apresentem conclusões claras. Novas informações têm surgido recentemente e demonstram que nem sempre a criança que cresce em situações desfavoráveis terá uma vida infeliz. O estudo desenvolvido por Alvaréz, Moraes e Rabinovich (1998) pode ser tomado como exemplo. Os autores constataram que crianças, que tiveram longa permanência em orfanatos, apontaram a instituição como norteadora e mediadora de situações de risco na infância. Atribuíram a ela, auxílio na formação de seus comportamentos, podendo representar a função de parentagem, ou seja, o exercício educativo de responsabilizar, dirigir e mostrar o caminho. Esta representação positiva da instituição foi possível, porque favoreceu a essas crianças que utilizassem sua capacidade de resiliência.