“…O seguinte exemplo mostra que a fronteira é muito mais do que a simples demarcação oficial entre dois Estados: é um lugar instável, de contornos imprecisos, uma espécie de geografia íntima marcada pelos deslocamentos de seres humanos e mercadorias. Um dos paradigmas possíveis desta situação são os atores do narcotráfico na fronteira entre Ciudad Juarez (México) e El Paso (Estados -Unidos) (Guez, 2008), duas cidades que, vistas com a distância que permite o programa Google Earth, formam uma gigantesca conurbação separada pela famosa barreira entre ambos os Estados. Os sujeitos entrevistados por Guez estão envolvidos em diferentes graus no comércio ilícito de estupefacientes e vivem todos da/ /na fronteira, uma fronteira que a autora tenta pensar tendo em conta as suas interações com os territórios, as pessoas, os projetos que liga e põe em rede.…”