Teletrabalho: Uma Revisão Integrativa Da Literatura Internacional

Abstract

Objetivou-se analisar a produção científica disponível em bases de dados internacionais sobre o teletrabalho, com o intuito de verificar o volume da produção e identificar o foco de estudo dos artigos, por meio da revisão integrativa. A produção científica é crescente, com grande quantidade de artigos de revisão (12). Em relação aos artigos empíricos, com abordagem predominantemente quantitativa, nota-se a baixa publicação em organização públicas. Estados Unidos e Reino Unido lideram o ranking de quantidade de publicações, assim como a lista dos artigos mais citados. O foco dos estudos está na busca de impactos causados pela implementação do teletrabalho ao trabalhador e à organização. Identifica-se que há poucos estudos de cunho longitudinal e poucos combinando os diversos atores envolvidos no teletrabalho, principalmente em relação às equipes de trabalho.

Teletrabalho Estruturado na Administração Pública:

“…Destaca-se que dentre as Varas do Trabalho com melhores Frise-se, ainda, o destaque dado pelos envolvidos na experiência ao intenso uso dos recursos de TIC para dar suporte ao regime, exemplificado nas ferramentas de comunicação (telefone, videoconferências, e-mail, Hangouts, Whatsapp), assim como nas estratégias de gerenciamento de tarefas (planilhas do Google, aplicativos como Trello), contribuindo para a racionalização do trabalho, de forma transparente e colaborativa, facilitando o processo de feedback. Nesse ponto, verifica-se o suporte fundamental das ferramentas de TIC ao pleno desenvolvimento do teletrabalho, conforme aponta a literatura sobre o tema (Rocha & Amador, 2018;Chiaretto, Cabral, & Resende, 2018;Nohara, Acevedo, Ribeiro, & Silva, 2010;Silva, 2015;Leite, Lemos, & Schneider, 2019).…”

“…Portanto, os benefícios do estímulo à adoção e ampliação do regime de teletrabalho de forma estruturada refletem-se no atendimento dos anseios dos servidores por maior flexibilidade e qualidade de vida, além dos avanços nas estratégias de gestão das unidades, que permitem a condução a melhores resultados organizacionais, o que vai ao encontro das principais vantagens do regime apontadas pela literatura (Rocha & Amador, 2018;Leite, Lemos, & Schneider, 2019).…”

Teletrabalho na perspectiva da Saúde Ocupacional

“…O norte-americano Jack Nilles é considerado o pai do TT(21)(29) (37), uma vez que na primeira metade da década de setenta (21) (29), criou o termo "teleworking" (ainda que já existisse o conceito de "telecommuting"(11)(21) (28), para descrever os postos de trabalho com a possibilidade de os funcionários ficarem, às vezes, a trabalhar em casa (38), um ou mais dias por semana, substituindo total ou parcialmente os deslocamentos ao empregador (34)). Como a palavra "commuting" não tem tradução direta para a maioria das línguas europeias, teve menos aceitabilidade(21)-por isso, nos EUA usa-se mais o termo "telecommuting" e na Europa "telework" (25).…”

“…O TT surgiu oficialmente na década de 70, devido ao desenvolvimento da tecnologia(28)(29), crise energética(13)(25)(28), recessão económica americana (28), necessidade de diminuir as viagens de carro(25) e evolução do mercado de trabalho (13); ele traz flexibilização de horário, lugar e modo de trabalhar (29). Jack Nilles (8)(9)(10)(11) foi um físico norte-americano, que trabalhou também para a Força Aérea e na NASA(9)(11) e tentou resolver/ atenuar os problemas de trânsito(9)(11) (40); bem como a separação marcada entre zonas residenciais e de trabalho, aumento do preço dos combustíveis e poluição atmosférica (21); coexistiu na altura uma recessão económica mundial, devido à crise petrolífera, como já se mencionou, onde foi imperioso flexibilizar as empresas e reduzir as despesas, para que se tornassem mais competitivas(8)(40); ou seja, lançou a ideia de inverter a posição do local de trabalho e trabalhador (11).…”

“…As instruções, ordens e cobranças podem ser enviadas a qualquer momento (7). Ainda que o teletrabalhador tenha autonomia para gerir o seu tempo, não costuma controlar o tempo de trabalho, uma vez que é avaliado pelo que produz (resultados), como já se mencionou, e não pelas horas que permanece a trabalhar (29). O conceito de autonomia em TT é assim complexo, uma vez que existem prazos e outras condições que se podem tornar limitantes; no entanto, ainda assim, ela costuma ser superior em tarefas mais diferenciadas (20).…”