“…Nesse contexto, as filhas parecem ser tomadas como meras extensões alucinatórias de suas mães, ou seja, recebem a função de suprir as lacunas afetivas, privações, ressentimentos e tudo aquilo que permaneceu pendente na relação das mães com suas próprias mães. Abre-se um espaço para que se estabeleça a ilusão simbiótica (HALBERSTADT-FREUD, 2001;SANTOS, 2020a;RIBEIRO, 2011): "Simbiose, como ilusão, pressupõe que nem ódio, nem inveja, nem agressão -nem mesmo diferença de opinião -podem ser tolerados entre os dois membros do idílio" (HALBERSTADT-FREUD, 2001, p. 159). Há, portanto, um completo fracasso na efetivação da separação entre mãe e filha, cuja origem remonta à vivência de falhas no vínculo intergeracional com a própria mãe, e o estabelecimento de um padrão de relacionamento fusional com a filha como consequência.…”