O presente artigo constitui-se como uma revisão do estudo “Um estrangeiro em família: ser surdo como diferença linguística” e tem o objetivo de refletir sobre os resultados de uma tese de doutoramento com o estudo desenvolvido em uma universidade particular. Por meio de uma pesquisa qualitativa, com desenho etnográfico, que ocorreu no período de maio de 2010 a maio de 2012, com dez estudantes surdos universitários. Esses estudantes, sete alunos do sexo masculino e três alunos do sexo feminino, de 18 a 38 anos, faziam uso da língua de sinais como meio de comunicação principal no Campus, provenientes de vários cursos, além da participação de seus familiares ouvintes, na investigação. Fez-se uso da técnica de Grupo Focal e de entrevistas semiabertas, com a formação de dois grupos, um composto por surdos e o outro por seus familiares. Como recurso para análise de dados empregou-se o software Nvivo, apontando oito categorias: Comunicação, Oralização Obrigatória, Cultura Surda, Preconceito, Escolarização Inadequada, Família, Perspectiva da Diferença e Perspectiva Médica, que revelam correlações entre si e demonstram divergências de percepções, entre os dois grupos. Deixando claro que os surdos sustentam a perspectiva da condição de ser surdo como uma diferença, enquanto os familiares apontam como uma deficiência, na perspectiva do modelo médico. A revisão do estudo constatou que os surdos não aceitam a perspectiva da deficiência, enquanto os ouvintes familiares, como a sociedade asseguram-se de que há uma falta e que a condição de ser surdo é uma deficiência.