Subvertendo as colonialidades: o currículo cultural da educação física e a enunciação dos saberes discentes

Abstract

À minha mãe, Antônia Araújo, e ao meu pai, Flávio Nunes, bem como a toda família do Morro Chibante, fontes de inspiração para tecer as escritas.Ao meu filho, Felipe Caetano, que nasceu no percurso de construção deste trabalho e revigorou as energias para fomentar a luta contra o fascismo social. À minha esposa, Camila de Jesus, pela paciência, preocupação, doação e compreensão. Às vidas alvos das colonialidades. AGRADECIMENTOSAgradeço aos irmãos que a vida me deu, Luiz Henrique e Fábio Barreto, pelo incentivo e apoio.Aos companheiros e às companheiras de EMEF Maria Rita, pelas discussões e alianças em prol de uma prática educacional a favor das vidas que pulsam, transpiram, rebeldia contra os ditames coloniais.Aos companheiros e às companheiras de GPEF, pelas sinceras e valiosas discussões, sugestões e contribuições. Os precisos apontamentos permitiram um pesquisar ainda mais atento aos detalhes do que se produziu no chão da escola contra as colonialidades.Ao amigo e professor Dr. Marcos Garcia Neira, pela oportunidade, confiança e paciência. O olhar atento para as escritas do trabalho fez do percurso um caminhar poético e sensível à vida.À professora Drª Ana Duboc, pelo acolhimento e pelas ricas discussões na disciplina "Linguagem, (Super)Diversidade e Colonialidade: Implicações Pedagógicas". Ao professor Dr. Alexandre Salomão e à professora Drª Vera Maria Candau, pelos valorosos apontamentos no exame de qualificação.Aos estudantes das escolas Ariston de Oliveira e Maria Rita Braga, por terem instigado a vontade e o desejo de buscar a construção de uma Educação Física mais sensível às diferenças.Aos estudantes das escolas Martinho da Silva e Otoniel Mota, por terem se permitido viverem o currículo cultural de Educação Física.Aos funcionários e às funcionárias da FEUSP, pelo atendimento prestado em cada momento.Aos funcionários e às funcionárias das escolas Martinho da Silva e Otoniel Mota, pela receptividade e atenção.Ao Gilberto e à Marli, pelas preces. À comunidade do Jardim Jerivá, pelo carinho, confiança e respeito.Aos companheiros Leandro e JP, professores coautores desta pesquisa, pela oportunidade e abertura que proporcionaram para desenvolvermos a investigação no território 'da ponte pra cá'.Às funcionárias das bibliotecas do CEU Cantos do Amanhecer e CEU Campo Limpo, pelo atendimento ofertado.

A Educação Física cultural em tempos de isolamento social

“…Ao tematizar as brincadeiras junto às turmas do 1º ano do Ensino Fundamental, a professora Aline, apesar das restrições do ERE, se revela agenciada por outro princípio ético-político do currículo cultural, qual seja, a potencialização dos saberes discentes (SANTOS JÚNIOR, 2020). O mesmo acontece com a professora Deborah, quando valoriza o lugar da escuta de cada criança, facilitada pela impossibilidade de todos falarem ao mesmo tempo no ambiente virtual.…”

“…Uma das vertentes comprometidas com esse projeto é a chamada perspectiva cultural da Educação Física, culturalmente orientada ou simplesmente currículo cultural (NEIRA, 2015). Inspirado nas teorias pós-críticas do currículo, nomeadamente, os estudos culturais, o multiculturalismo crítico, os estudos de gênero, o pósestruturalismo, o pós-modernismo e o pós-colonialismo, o currículo cultural tematiza as brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas, problematiza as representações acessadas pelo(a)s estudantes e desconstrói os discursos que circulam acerca das práticas corporais e das pessoas que delas participam (BONETTO, 2016;NEVES, 2018;SANTOS JÚNIOR, 2020).…”

Queerizando o currículo cultural de Educação Física: apostando na produção de novos marcos de reconhecimento a partir das cenas didáticas

“…Embora os estudos realizados no GPEF tenham, em um primeiro momento, sido inspirados epistemologicamente no multiculturalismo crítico, pós-estruturalismo, pós-colonialismo e estudos culturais, nos últimos anos, observamos uma ampliação no leque investigativo com as contribuições de pesquisas que se dedicaram a pensar a prática pedagógica por pesquisadoras/res que utilizaram outras lentes epistemológicas, tais como os estudos decoloniais, feministas e queer (SANTOS JUNIOR, 2020;REIS, 2021;. Apesar das preocupações com a afirmação da diferença como condição de existência, até o momento, pouco se enfatizou a abjeção como elemento radicalmente crítico da heteronormatividade social e dos processos de normatização dos corpos.…”

Currículo cultural e a ressignificação

“…Trata-se do mapa em que o processo ocorreu, escrito e reescrito no período de estudo. É de bom tom reforçar que as noções de mapa e cartografia aqui usados criam e inventam o território ao descrevê-lo NUNES, 2020). O intuito foi, por meio desse relato, descrever as vivências em meio as relações de poder que produziram e produzem significados representativos na prática corporal estudada e na vida dos sujeitos envolvidos.…”