“…A diculdade encontra-se menos na forma literária do relato do que na necessária objetivação do próprio vivido. Isso não deveria ser problemático, tendo em vista que tradicionalmente, dentre as técnicas de pesquisa etnográca e sociológica, as entrevistas autobiográcas, as etnobiograas e as reconstituições e recensões de trajetórias e histórias de vida têm ocupado um lugar cada vez maior (BERTAUX, 2005;FEAL, 1990;FISCHER, 2016;GONÇALVES et al, 2012;PASSERON, 1990;PENEFF, 1990). Porém, o objeto dessas técnicas é quase sempre, explicitamente, o "outro", raramente o "mesmo"; ou melhor, raramente "eu mesmo", o próprio utilizador ou aplicador de tais técnicas.…”