Soja: mercantilização e externalização no sudoeste paranaense

Abstract

Resumo:Segundo estabelece a teoria microeconômica o tamanho ótimo para produção de soja está situado em grandes áreas, nas quais, devido aos ganhos de escala, a eficiência no uso dos recursos e a produtividade por unidade de área chegam a seu ponto máximo. Daí a associação comumente aceita entre sojicultura e grandes produtores, em função da qual os pequenos produtores, devido à sua suposta inviabilidade econômica não deveriam se dedicar a essa atividade. No entanto, esse pressuposto não dá conta da persistência desses agricultores na sojicultura por gerações, o que requer explicações formuladas num campo mais amplo que o cálculo econômico. Tendo isso como desafio, este artigo tem o objetivo de explorar como o processo de mercantilização e externalização contribuem para explicar a permanência dos agricultores familiares nessa atividade. A base empírica para esta análise é a região Sudoeste Paranaense, caracterizada por ampla diversidade produtiva, acesso a políticas públicas e pela predominância da agricultura familiar. Palavras-chaves: Agricultura Familiar. Mercados. Racionalidades. Sojicultura. Desenvolvimento Rural. INTRODUÇÃOUma das questões centrais exploradas pelos estudos econômicos sobre o meio rural alude à relação entre eficiência e tamanho da área explorada para explicar a especialização produtiva dos agricultores. Há, nesses termos, uma unanimidade quanto à necessidade de grandes áreas para a produção lucrativa da soja, nas quais o custo médio atinge seu ponto mínimo e os ganhos de escala o ponto máximo.Portanto, com base nessa lógica, o tamanho ótimo para a sojicultora estaria acima do predominante entre agricultores familiares cuja escala de produção estaria muito 1 Doutora em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Soybean production in Paraguay: Agribusiness, economic change and agrarian transformations

“…Microeconomic theory claims that ‘the optimal size for soybean production is located in large areas, in which, due to gains in scale, the efficiency in the use of resources and the productivity per unit area reach their maximum’ (Bazotti et al, 2017, p. 122). Among the main reasons that limit competitiveness of smallholders in soy production, literature points out: The crop demands intensive and continuous investments, in which increase in scale of production reduces the cost per area; technological issues, associated with agricultural machines and implements with higher yield per unit of work, lead the farmer to expand cultivated area, seeking greater investment efficiency; it is a standardized product, with an internationally defined price, based on global trade and controlled by transnational companies (Fernández, 2007; Setrini et al, 2014; Wesz Jr., 2014).…”

“…Despite this, small‐scale soy production is still present in different countries of the Southern Cone (Bazotti et al, 2017; Castañon, 2016; Desconsi, 2017; Gras, 2009; McKay & Colque, 2016; Vennet et al, 2015; Wesz Jr., 2014). In Paraguay, according to Table 1, in 2008, half of soy growers had up to 20 ha; considering a planted area of up to 50 ha, the figure reaches 70%.…”

“…If, on the one hand, commercial and small-scale soy cultivation in Paraguay began with foreign growers in the 1970s and 1980s, reproducing the logic present in southern Brazil (Bazotti et al, 2017;Vennet et al, 2015), on the other hand, it has been incorporated by Paraguayan small farmers with the expansion of the agricultural frontier towards the interior of the country. 15 The entry of these farmers into soy cultivation was triggered by the cotton crisis in the 1990s, which was the main activity of Paraguayan peasant economy and lost space due to fall in international prices, and to losses from pests and drought (Rojas Villagra, 2016).…”

A rentabilidade dos produtores de soja no Paraguai: concentração e exclusão

“…Nessas condições, a teoria microeconômica vai apontar que "o tamanho ótimo para produção de soja está situado em grandes áreas, nas quais, devido aos ganhos de escala, a eficiência no uso dos recursos e a produtividade por unidade de área chegam a seu ponto máximo" (BAZOTTI; DE PAULA;NETTO, 2017, p. 122). Mesmo assim, como vários estudos colocam, a produção da soja em pequena escala segue presente (WESZ JR., 2014;BAZOTTI, 2016;DESCONSI, 2017).…”