Sobrejustaposições: De Ler E Escrever Com Imagens, De Experimentar: Um Corpo-Sem-Órgãos Em Uma Pesquisa Entre Arte, Filosofia E Educação

Abstract

O texto discute a possibilidade de criar um corpo não orgânico na escrileitura (CORAZZA, 2008) de pesquisas em educação marginais – as quais brotam em meio ao cruzamento entre arte/filosofia – de modo a produzir desvios das/nas formas instauradas pelas investigações em Educação ditas Majoritárias. O artigo deriva da conclusão da tese de doutorado do autor e orientada pela sua coautora. Nela, retoma-se a prática do corpo-sem-órgãos enunciada por Artaud em sua conferência radiofônica Para acabar com o julgamento de deus (1947) e expandida por Deleuze & Guattari em sua produção filosófica conjunta, em especial nos cinco volumes dos Mil Platôs, perseguindo modos de ensaiar uma esquizopesquisa que se faria por sobrejustaposições inventivas, como colagens transcriadoras de imagens e linhas de escrita em tensão constante, as quais afetam o corpo no decorrer do percurso investigativo, coagindo o pensamento a pensar.Palavras-chave: Sobrejustaposições; Arte e filosofia; Pesquisa em Educação.

Escrever-Ler-Dançar: Processos Criativos E Formativos Em Dança

“…O presente estudo, situado na área da Dança e realizado a partir da abordagem metodológica da bricolagem, intentou relatar, analisar, escrever e dançar o projeto poético escrever-ler-dançar, enfatizando a pesquisa como prática (FERNANDES, 2013). Portanto, ressalta-se deste trajeto autoral, criativo e formativo as experiências que emergem do corpo significados, significações e imagens (BERTÉ, 2015;MOSSI, 2017;HERNÁNDEZ, 2017), construindo epistemologias e fazeres, abarcando as singularidades tanto dos corpos, como do percurso que compõe o ato criativo-formativo e criador-pedagógico (SALLES, 2014;ACHINTE, 2017). Uma tríade é (trans)formada na qual arte-docência-investigação agenciam modos de friccionar e criar mundos próprios (ACHINTE, 2017), linguagens, alianças, escritas, danças e imagens-de-escrita-de-si e do outro.…”

“…Os atravessamentos de diferentes áreas e leituras potencializam os modos de pesquisa, bricolar e reinventarinclusive a forma de investigar (MOSSI, 2017).…”

“…A escrita de si como figura, portanto, como a elaboração narrativa de si, na qual o sujeito se reconhece como indivíduo que produz modos de subjetivação. Desse modo, as escritas de si, foram utilizadas tanto para a escrita do memorial, como para a criação em dança, colocadas a partir de um trabalho de sobreposições e colagens (MOSSI, 2017), o qual será detalhado ao longo do texto. Isso posto, nos utilizamos das escritas de poemas para borrar as fronteiras da gramática formal, procurando produzir devires 1 possíveis no pesquisar, em certa (des)medida; dito de outro modo, procuramos produzir "[...] uma revolta linguística, uma revolta no modo de nos relacionarmos com a linguagem e com o que ela nomeia" (LARROSA, 2003, p. 102).…”