Sobrecarga do cuidado, solidariedade e estratégia de lida na experiência de familiares de Centros de Atenção Psicossocial

Abstract

Os familiares de usuários de serviços de saúde mental que assumem a tarefa do cuidado cotidiano são frequentemente submetidos a sobrecarga objetiva e subjetiva. Estratégias práticas de lidar com a tarefa do cuidado e ações de solidariedade entre familiares podem contribuir para a melhora da qualidade de vida de cuidadores e usuários. Este estudo descreve e analisa estratégia desenvolvida junto a serviços comunitários de saúde mental (CAPS), em colaboração com os familiares, de modo a conhecer melhor a experiência da sobrecarga e apoiar iniciativas de ajuda mútua, educação em saúde e promoção da autonomia. A coleta e análise dos dados utilizou metodologia qualitativa, como observação e grupos focais. Resultados preliminares identificam altos níveis de sobrecarga, boa resposta dos familiares à participação em grupos de ajuda mútua e atividades de educação em saúde, e a necessidade de aperfeiçoar e intensificar as ações desenvolvidas pelos CAPS para apoio e orientação dos familiares.

Autonomia no campo da saúde mental: uma revisão da literatura nacional

“…Quanto ao compartilhamento entre os indivíduos com as mesmas questões, é essencial para seu desenvolvimento, a construção ativa da solidariedade, estimulada pelo entusiasmo dos familiares, o que permite colocar correções no percurso de intervenção 14 .…”

“…São necessárias estratégias elaboradas pelos serviços da saúde (CAPS), com a colaboração dos familiares nesse processo de educação em saúde e autonomia 14 .…”

Gênero como marcador das relações de cuidado informal em saúde mental

“…Entre essas mudanças, destaca-se o surgimento de serviços extra-hospitalares, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que consiste em um serviço comunitário aberto do Sistema Único de Saúde regulamentado pelas Portarias GM/MS nº 4.279/10 e nº 3.088/11, republicadas em 2013. O CAPS se constitui em um ordenador da rede de serviços em saúde mental e é responsável por acolher os indivíduos em sofrimento psíquico e suas famílias, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial 1,2 .…”

“…Nesse contexto, houve uma significativa reconfiguração da participação da família no cuidado com as pessoas acometidas por algum tipo de sofrimento psíquico. Além de participarem como atores sociais importantes do processo de consolidação dos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, os familiares foram convocados a compartilhar o cuidado com os profissionais e os próprios sujeitos 1,2 .…”

Meanings of Family Support in the Treatment of Drug Dependence

“…Given this complex and intricate framework, this article aimed to understand the meanings made by people with problems resulting from the use of alcohol and other drugs that are (or have been) in treatment about family participation. Family members have experienced situations of overloading in psychosocial care due to the fragility of social policies to support the family (Delgado, 2014;Reis, Dahl, Barbosa, Teixeira, & Delgado, 2016). In this sense, recognizing the place of the family in this process and identifying the challenges to their participation in the care of the family member who is experiencing problems due to the use of alcohol and other drugs is relevant for the elaboration and planning of care actions, especially in actions and services developed by the Network of Psychosocial Care (acronym in Portuguese: RAPS).…”