Smart surveillance em aplicações recentes no Brasil:Um estudo de caso nas cidades de Recife e Curitiba

Abstract

A prática de coletar informações do meio evoluiu ao longo do tempo, e o advento tecnológico dos últimos anos gerou mudanças substanciais neste processo. A utilização de tecnologias cada vez menores e mais sofisticadas para fins de vigilância, prevenção e militarização do espaço urbano é parte deste processo, e constitui a chamada smartsurveillance. No Brasil, o exemplo mais recente e de maiores proporções deste tipo de aplicação é a criação dos CICCs - Centros Integrados de Comando e Controle - para a Copa do Mundo FIFA 2014. Neste contexto, a presente pesquisa questiona de que forma ocorreram os processos de smartsurveillance implementados em cidades brasileiras na ocasião. Objetiva-se identificar de que modo o aparato tecnológico para vigilância instalado vem sendo utilizado nas cidades de Recife e Curitiba, no sentido de aproveitar o legado do evento esportivo e de contribuir para a gestão tecnológica do espaço urbano e para a redução da criminalidade. A escolha dos estudos de caso ocorreu devido a critérios populacionais, de similaridade no número de jogos recebidos e de aproximações em rankings que medem índice de criminalidade urbana. A metodologia aplicada envolveu teoria e análise de discurso Laclau & Mouffe (1985), e critérios de caracterização da vigilância eletrônica Bruno (2012). Os resultados indicaram que em ambas as cidades, a implantação dos CICCs se assemelha a um tipo moderno de panóptico, o qual está baseado no discurso do combate aos problemas sociais e à violência urbana, além da relativa isenção da liberdade e do anonimato.

Smart cities and innovation: video surveillance in the public security of Recife, Brazil

“…The use of sophisticated technologies for the purpose of surveillance, prevention, and control of crime in the urban space is part of the construction of the so-called smart city (Batista, Fariniuk and Mello, 2016). Given this, a surveillance scheme can become intelligent, being called smart surveillance (Hampapur et al, 2003).…”

“…The use of surveillance cameras and other technological monitoring devices in smart cities decreases the opportunity for crime and provides greater security to the population, improving the experience in the city, since it is part of the premise of smart city (Hamada and Nassif, 2018). The data from the video surveillance process should provide reports for consultations and gap analysis in order to improve the management of cities, with better quality of life, safety, among others (Batista, Fariniuk and Mello, 2016).…”

“…Thus, one way to solve the issues brought by the rapid expansion of urbanization is the implementation of the smart city premise associated with the use of technological innovations (Weiss, Bernardes and Consoni, 2017). The use of technological innovations for surveillance and prevention purposes is part of the construction of smart cities (Batista, Fariniuk and Mello, 2016).…”

Da cidade inteligente à inteligência nas operações urbanas: o caso do Centro de Operações Rio

“…Esse é um processo que pode ocorrer em tempo real, a partir da decodificação de algoritmos que podem ser pré-determinados para identificação automática, detecções específicas e tratamento de ocorrências (Durães, 2008). Ou seja, a vigilância inteligente nada mais é do que um aprimoramento tecnológico da vigilância, monitoramento e controle tradicionais (Batista et al, 2016).…”