Significados e experiências culturais em amamentação entre mulheres de dois países [Meaning and cultural experiences of breastfeeding among women from two countries] [Significados y experiencias culturales en lactancia entre mujeres de dos países]

Abstract

RESUMOObjetivo: identificar as experiências culturais relacionadas às decisões maternas para a amamentação entre dois países, visando compreender seus significados. Método: pesquisa qualitativa através de estudo de caso, sendo realizadas nove entrevistas semiestruturadas, com mulheres brasileiras e francesas, no período de abril a dezembro de 2017. Aplicou-se a análise temática de Bardin aos depoimentos. O projeto da pesquisa teve anuência de Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: quatro categorias emergiram da análise dos depoimentos: escolha, cultura e influências; entre benefícios e prazer; idealismo da amamentação; relação com o corpo: dor, pudor e sexualidade. Conclusão: as entrevistadas brasileiras apontam para uma valorização da mulher que amamenta e uma culpabilização daquela que não o faz. E para as francesas a sociedade veicula a ideia de que amamentação significa falta de liberdade. Nos dois lados ainda falta a mulher se apropriar dos seus desejos.ABSTRACT Objective: to identify the cultural experiences related to maternal breastfeeding decisions between two countries, aiming to understand their meanings. Methods: qualitative research through case study. Nine semi-structured interviews were conducted with Brazilian and French women, from April to December 2017. Bardin's thematic analysis was applied to the statements. The study was approved by ethics research committee. Results: four categories emerged: choice, culture and influences; between benefits and pleasure; breastfeeding idealism; relationship with the body: pain, shame and sexuality. Conclusion: in Brazil there is an appreciation of women who breastfeed and a blame for those who do not. In France society conveys the idea that breastfeeding means lack of freedom. In both countries the woman still needs to take ownership of her wishes. Descriptors: Breast feeding; culture; benefits, sexuality. RESUMENObjetivo: identificar las experiencias culturales relacionadas con las decisiones de lactancia materna entre dos países, con el objetivo de comprender sus significados. Método: investigación cualitativa a través del estudio de caso. Fueron nueve entrevistas semiestructuradas con mujeres brasileñas y francesas, de abril a diciembre de 2017. El análisis temático de Bardin se aplicó a los datos. La investigación tuvo anuencia del Comité de Ética en Investigación. Resultados: cuatro categorías emergieron: elección, cultura e influencias; entre beneficios y placer; idealismo de la lactancia materna; relación con el cuerpo: dolor, pudor y sexualidad. Conclusion: en Brasil, hay valorización de la mujer que amamanta y culpabilización de aquella que no lo hace. En Francia, la sociedad vehicula la idea de que la lactancia significa falta de libertad. En los dos países todavía falta la mujer apropiarse de sus deseos.

Imprinting cultural e aleitamento materno: determinantes e desafios

“…Significados e experiências culturais em amamentação entre mulheres de dois países (10) Brasil e França/2019 BVS Rev enferm UERJ Qualitativo…”

“…Imprinting cultural e aleitamento materno: determinantes e desafios um papel crucial nessa tomada de decisão, pois podem influenciar negativamente por acreditarem que o leite materno não é suficiente para suprir as necessidades nutricionais dos bebês. (3,8,(10)(11)13,15,(17)(18)(21)(22) Pode-se verificar também que a existência de uma rede de apoio na amamentação se mostra decisiva para o sucesso na mesma, em culturas onde os companheiros e familiares não acreditam nos benefícios da amamentação pode-se experimentar índices maiores de desmame, demostrando assim a importância da promoção do conhecimento sobre esse hábito em todos os agentes evolvidos nesse processo. (9)(10)(11)20) Foi possível notar também que existem diferenças entre a importância e o estímulo ao aleitamento materno dependendo do país, sendo que no Brasil, culturalmente, essa prática é mais estimulada e aceita, diferentemente do que acontece na França e Austrália onde as práticas culturais não estimulam as mulheres a amamentar por considerarem um ato vergonhoso.…”

“…Podendo entender assim o poder que o imprimting cultural tem na sociedade, principalmente, na instituição do aleitamento materno. (10,14,16) Analisando os artigos pode-se perceber que para as mulheres, a infância é o período motivacional ideal por excelência para integrar a amamentação como a melhor opção para alimentar seus filhos. Na idade adulta, a motivação transcendente e se consolida no primeiro estágio da educação dos filhos, proporcionando uma maior qualidade motivacional ao prolongamento do aleitamento materno, revelando assim que ao estimular a mensagem da promoção do aleitamento materno na infância maiores serão as chances de perpetuação desse hábito na vida adulta, podendo dessa forma haver melhores índices de sucesso na amamentação e redução do desmame precoce.…”

Association of Breastfeeding and Early Childhood Caries: A Systematic Review and Meta-Analysis

“…Despite breastfeeding being a personal choice, it is profoundly influenced by culture and society [67,68]. Mothers in low-income countries [68] tend to follow the WHO guidelines for breastfeeding, which are exclusive breastfeeding for 6 months and continuing breastfeeding for 2 years or more [18].…”

Vivências de mulheres sobre o processo de parturição e pós-parto em um hospital escola

“…Frente a isto, pensar a amamentação e sua institucionalização junto ao parto, nos remete a refleti-la em sua significação social, psicológica e cultural, que foi construída socialmente enquanto ato naturalizado da mulher-mãe, como critério de qualificação do tornar--se mãe na sociedade, conhecimento este transmitido e propagado socialmente e imersos na realidade brasileira (Giordani, Piccoli, Bezerra & Almeida, 2018;Pastorelli, Oliveira, Silva, Silva & Silva, 2019). Assim, a não compreensão da amamentação enquanto possibilidade do desejo feminino e materno, pode vir a tornar-se uma regra enrijecida na instituição hospitalar, vinculada a concepções unicamente biologizantes.…”