“…Outro elemento que marca as masculinidades é a questão de sua performance pública. Almeida (1995) descreve esse processo como se iniciando já no final da infância; com os meninos sendo cada vez mais incentivados a tornarem-se independentes dos espaços feminilizados da casa e da vizinhança, ao contrário das meninas, que os codominam com suas mães. Assim, são necessários espaços de convivência masculina exclusiva, dos quais a "rua" é especialmente marcadora de masculinidade, por ser do domínio do público e masculino, enquanto o da casa o é do privado e feminino.…”
Section: D O S S I êunclassified
“…Por fim, gostaria aqui de ressaltar a ligação do consumo de tecnologias de comunicação e informação -celulares, notebooks -com um emergente modelo de masculinidade dito hegemônico e globalizado, no qual a mobilidade é fundamental. Esse modelo é uma reatualização do modelo de "sucesso" masculino, baseado no prestígio e na riqueza, que Almeida (1995) já identificava em seu estudo do vilarejo de Pardais, em Portugal. Esse modelo global dialoga e subordina outras masculinidades, ditas periféricas (KIMMEL, 2004).…”
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“…Outra estratégia utilizada por Felipe é o compartilhamento de informações através da Internet, com jovens de todo o Brasil. Nesses sites, ocorrem relatos que ecoam o "exibicionismo" do relato de proezas tal como pensado por Almeida (1995):…”
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“…Assim, ser homem, principalmente no Brasil, significa ter atividade sexual com mulheres e dominá-las, sendo que, de um lado, a infidelidade masculina em namoros e casamentos tende a ser valorizada; e, de outro, o adultério feminino seja o maior temor, fazendo com que a mulher se transforme em fonte de humilhação, em vez de honra (FONSECA, 1991;ALMEIDA, 1995). Colecionar mulheres e não ser traído torna-se atestado de virilidade; estabelece-se uma "moral sexual ambivalente" (ALMEIDA, 1995) na qual é socialcomunicação, mídia e consumo são paulo ano 9 vol.9 n.26 p. 61-82 nov.2012 d o s s i ê sandra rúbia silva 65 mente aceito entre os homens o status de namorado ou marido que mantém relacionamentos paralelos. Ser homem, também, é não ser 3 "gay", "veado" ou "bicha" -a homofobia é elemento importante da masculinidade hegemônica (WELZER-LANG, 2001).…”
A partir de uma abordagem etnográfica, discuto neste artigo o papel do consumo de telefones celulares na construção e expressão de subjetividades entre jovens, em especial os do sexo masculino. Ao longo da análise, argumento que diversas práticas de consumo envolvendo celulares - como por exemplo ouvir música alta em espaços públicos - reafirmam elementos da masculinidade hegemônica tais como a agressividade, a performatividade pública, a atividade sexual e a corporalidade.
“…Outro elemento que marca as masculinidades é a questão de sua performance pública. Almeida (1995) descreve esse processo como se iniciando já no final da infância; com os meninos sendo cada vez mais incentivados a tornarem-se independentes dos espaços feminilizados da casa e da vizinhança, ao contrário das meninas, que os codominam com suas mães. Assim, são necessários espaços de convivência masculina exclusiva, dos quais a "rua" é especialmente marcadora de masculinidade, por ser do domínio do público e masculino, enquanto o da casa o é do privado e feminino.…”
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“…Por fim, gostaria aqui de ressaltar a ligação do consumo de tecnologias de comunicação e informação -celulares, notebooks -com um emergente modelo de masculinidade dito hegemônico e globalizado, no qual a mobilidade é fundamental. Esse modelo é uma reatualização do modelo de "sucesso" masculino, baseado no prestígio e na riqueza, que Almeida (1995) já identificava em seu estudo do vilarejo de Pardais, em Portugal. Esse modelo global dialoga e subordina outras masculinidades, ditas periféricas (KIMMEL, 2004).…”
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“…Outra estratégia utilizada por Felipe é o compartilhamento de informações através da Internet, com jovens de todo o Brasil. Nesses sites, ocorrem relatos que ecoam o "exibicionismo" do relato de proezas tal como pensado por Almeida (1995):…”
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“…Assim, ser homem, principalmente no Brasil, significa ter atividade sexual com mulheres e dominá-las, sendo que, de um lado, a infidelidade masculina em namoros e casamentos tende a ser valorizada; e, de outro, o adultério feminino seja o maior temor, fazendo com que a mulher se transforme em fonte de humilhação, em vez de honra (FONSECA, 1991;ALMEIDA, 1995). Colecionar mulheres e não ser traído torna-se atestado de virilidade; estabelece-se uma "moral sexual ambivalente" (ALMEIDA, 1995) na qual é socialcomunicação, mídia e consumo são paulo ano 9 vol.9 n.26 p. 61-82 nov.2012 d o s s i ê sandra rúbia silva 65 mente aceito entre os homens o status de namorado ou marido que mantém relacionamentos paralelos. Ser homem, também, é não ser 3 "gay", "veado" ou "bicha" -a homofobia é elemento importante da masculinidade hegemônica (WELZER-LANG, 2001).…”
A partir de uma abordagem etnográfica, discuto neste artigo o papel do consumo de telefones celulares na construção e expressão de subjetividades entre jovens, em especial os do sexo masculino. Ao longo da análise, argumento que diversas práticas de consumo envolvendo celulares - como por exemplo ouvir música alta em espaços públicos - reafirmam elementos da masculinidade hegemônica tais como a agressividade, a performatividade pública, a atividade sexual e a corporalidade.
“…A terreiro de batuque is a space dedicated to these religious practices.5 Stories like these are present in the works ofDuque (2011;. The author describes wakes and uses the term 'finada' [deceased] as a way for the travestis to deal with violence, reconstructing their memory.6 There is a glut of literature on masculinity, so I shall my limit indications toAlmeida (2000),Connell (2005),Connell & Messerschmidt (2005) andMiskolci (2012). There are also works that analyse masculinity and borders, for example, the dossier Corpos, fronteiras, gênero e sexualidade [Bodies, borders, gender and sexuality], organised by NietoOlivar and Passamani (2019), and masculinity and the military(Leirner 1997(Leirner , 2001, to name a few.7 For an approach to the construction of the relationship between violence and power that emerges as an instrument of articulation in relation to the various forms of violence presented in this article, seeMason (2002) andCecchetto (2004).…”
This article reflects on violence committed against travestis, examining a series of murders of travestis, together with narratives regarding violence, to see where these events and stories lead, and to formulate related questions. Through this movement, the research develops such questions as: what are the motives behind the violence committed against travesties, and what do these motives tell us? If violence is expressive - in other words, if it tells us something - what is it saying? Can we talk about crimes as being gender-based? If so, how should we consider the relations between gender, sexuality, and violence? What desires are at play? And what do these events tell us about the concept of gender itself?
Nome do (a) aluno (a): José Victor Nunes Mariano Data da defesa: 28/07/2023 Nome do Prof. (a) orientador (a): Emerson Inácio Nos termos da legislação vigente, declaro ESTAR CIENTE do conteúdo deste EXEMPLAR CORRIGIDO elaborado em atenção às sugestões dos membros da comissão Julgadora na sessão de defesa do trabalho, manifestando-me plenamente favorável ao seu encaminhamento ao Sistema Janus e publicação no Portal Digital de Teses da USP.
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