Self-medication and self-prescription

Abstract

Self-medication and self-prescription are actions undertaken by patients; the former, as an element of self-care that involves overthe-counter drugs, and the latter, as a violation of the Statute of Health, since it includes drugs that can only be dispensed with a medical prescription. All the drawbacks that have been attributed to self-medication are actually associated with self-prescription.

Automedicação: Um Conflito Entre a Autonomia Do Paciente E O Saber Biomédico

“…Assim, identifica-se que múltiplos fatores influenciam os sujeitos a se automedicarem. Apesar da visão pejorativa de muitos profissionais acerca dessa prática, órgãos de saúde como a OMS reconhecem a automedicação como uma forma de autocuidado, desde que com o objetivo de aliviar desconfortos superficiais, compondo, dessa forma, um importante recurso de cuidado médico juntamente com estilos de vida saudáveis e suporte social na doença (LIFSHITZ et al, 2020).…”

“…A fim de sustentar o debate sobre automedicação, faz-se necessário conceituá-la, devido à confusão semântica com o termo autoprescrição. A distinção entre as duas expressões se dá a partir da classificação de fármacos em seis classes: I) os que podem ser adquiridos somente com prescrição e permissão especial; II) os que têm a prescrição retida pela farmácia; III) aqueles cuja prescrição pode ser reutilizada até três vezes; IV) aqueles que exigem prescrição, mas esta pode ser reutilizada; V) os que não requerem prescrição, porém são vendidos apenas em farmácias; VI) os que não necessitam de prescrição e podem ser comercializados em outros estabelecimentos (LIFSHITZ et al, 2020).…”

“…Essa linha de pensamento corrobora as bases do modelo de relação médico-paciente colegial, no qual as condutas terapêuticas são definidas em conjunto: ao passo que o médico é especialista na doença, o paciente é em sua condição, portanto, possui o direito de assumir uma postura ativa. Enquanto exemplo de que a automedicação nem sempre é condenável, pode-se citar a pandemia de Covid-19, período em que as autoridades de saúde recomendaram o uso de medicamentos, em casa, para tratar sintomas brandos (LIFSHITZ et al, 2020).…”

“…Devido a tais riscos, muitos profissionais da saúde são contrários às dinâmicas que envolvem a automedicação em razão da noção de que pessoas sem uma formação na área da saúde, não possuem as capacidades requeridas para discernirem sobre as escolhas terapêuticas mais apropriadas para os seus casos. Assim, entende-se que é dever de profissionais realizá-las a partir de um exercício que pode ser considerado "paternalista, às vezes autoritário, outras vezes benevolente" (LIFSHITZ et al, 2020).…”

“…Essa linha de pensamento corrobora as bases do modelo de relação médico-paciente colegial, no qual as condutas terapêuticas são definidas em conjunto graças à compreensão de que, enquanto o médico é especialista na doença e o paciente é em sua condição e, portanto, este possui o direito de assumir uma postura ativa frente ao restabelecimento de seu bem-estar. Assim, a automedicação se apresenta como uma iniciativa do próprio indivíduo na sua conduta de cuidado, confrontando a posição de poder dos profissionais da área da saúde quanto às decisões terapêuticas de seus pacientes (LIFSHITZ et al, 2020).…”