Considerando a centralidade que a noção de relatedness ou relacionalidade (CARSTEN, 2000 e 2004) têm adquirido em pesquisas contemporâneas que versam sobre família e parentesco, bem como os importantes rendimentos analíticos da noção de care (HIRATA e GUIMARÃES, 2012), propomos fazer um balanço sobre as relações entre gênero, cuidado e famílias tendo como linha condutora nossas próprias trajetórias acadêmicas como pesquisadores desses campos de estudos. Argumentamos que a discussão sobre cuidado pode se coadunar aos recentes debates em torno de família/parentesco enquanto relacionalidade, uma vez que traz ao primeiro plano as dimensões dos afetos, das reciprocidades tanto quanto as dimensões de classe, raça, geração e os entrelaçamentos entre família, mercado e Estado.