2006
DOI: 10.1590/s0102-69092006000100003
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Representação política e organizações civis: novas instâncias de mediação e os desafios da legitimidade

Abstract: IntroduçãoEm inúmeros países está se vivenciando uma abertura do poder Executivo à participação de atores societários -organizações civis 1 -investidos juridicamente como representantes de determinados segmentos e interesses da população no desenho, na implementação e na supervisão de políticas públicas. De modo semelhante ao que aconteceu nas primeiras décadas do século XX, quando as instituições da representação política foram alargadas juntamente com a própria democracia, mediante a emergência dos partidos … Show more

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“…A importância, portanto, de se debruçar sobre experiências concretas de participação da ótica da relação Estado/sociedade (e mercado) torna-se paulatinamente mais presente, exigindo novas perspectivas de análises -como as que vêm sendo desenvolvidas por Avritzer (2007) e Gurza Lavalle (2006) -e que não se restrinjam à área da saúde, peculiar pela presença de grandes instituições articuladoras do ideário da reforma sanitária brasileira, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Mais que articuladoras desse ideário, essas instituições acabam sendo as grandes responsáveis pela transmissão das demandas formuladas para o interior do Estado nos espaços de participação -que a rigor deveriam se corporificar como decisões deliberativas, e não meramente consultivas, dado o estatuto dos conselhos de gestão na área da saúde ditado por lei.…”
Section: Participação Social E Conselhos De Políticas Públicasunclassified
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“…A importância, portanto, de se debruçar sobre experiências concretas de participação da ótica da relação Estado/sociedade (e mercado) torna-se paulatinamente mais presente, exigindo novas perspectivas de análises -como as que vêm sendo desenvolvidas por Avritzer (2007) e Gurza Lavalle (2006) -e que não se restrinjam à área da saúde, peculiar pela presença de grandes instituições articuladoras do ideário da reforma sanitária brasileira, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Mais que articuladoras desse ideário, essas instituições acabam sendo as grandes responsáveis pela transmissão das demandas formuladas para o interior do Estado nos espaços de participação -que a rigor deveriam se corporificar como decisões deliberativas, e não meramente consultivas, dado o estatuto dos conselhos de gestão na área da saúde ditado por lei.…”
Section: Participação Social E Conselhos De Políticas Públicasunclassified
“…No entanto, há que se atentar para o fato de que, como apontam Avritzer (2007) e Gurza Lavalle (2006), não se pode atribuir aos segmentos organizados da sociedade que participam dos conselhos a representação do "bem comum" ou do interesse público, muito menos conceber as deliberações dos conselhos como expressão do retrato do interesse público e do bem comum, como se este fosse o resultado da mera somatória dos interesses particulares neles representados (Cohn, 2003).…”
Section: Participação Social E Conselhos De Políticas Públicasunclassified
“…Seja por delegação presumida do Poder Executivo, que as convoca, seja por delegação consequente ao Poder Legislativo, que as recepciona, conforme a pesquisa que serve de base a este artigo demonstra empiricamente, as conferências nacionais certamente engrossam o conjunto de práticas de pluralização da representação (Gurza Lavalle et alii, 2006a), compondo a chamada "nova ecologia da representação", e consubstanciando uma modalidade de "representação informal" (Castiglione e Warren, 2006), ou ainda de "representação giroscópica" ou "representação sub-rogativa" (Mansbridge, 2003).…”
Section: As Conferências Nacionais De Políticas Públicasunclassified
“…Desde então, diversas práticas participativas, impulsionadas pela Constituição de 1988 e pelos governos democráticos que se seguiram a ela -notadamente o governo Lula -, têm sido institucionalizadas de forma crescente no país (Avritzer, 2009;Dagnino e Tatagiba, 2007;Gurza Lavalle et alii, 2006). Tais práticas vão desde as já mais tradicionais, como o referendo e o plebiscito, até as menos conhecidas, como as conferências nacionais de políticas públicas, passando pela reestruturação e ampliação de experiências pré-existentes, como os conselhos nacionais de políticas, os conselhos gestores locais e as audiências pú-blicas, sem prescindir da valorização de práticas menos afamadas, como as ouvidorias e as mesas de negociação e de diálogo.…”
unclassified
“…Nesse contexto podem se inserir análises tão diversas como as que defendem a expansão da representação política para a sociedade civil com base na pluralização dos atores e na diversificação do locus de seu exercício (Gurza Lavalle et alli, 2006a;2006b) ou com base nos vínculos de afinidade criados por práticas participativas mediante a mobilização de certos temas (Avritzer, 2007), e as que defendem, como neste artigo, que 1) a representação política exercida nas instituições do Estado se fortaleça através de experiências democráticas participativas e deliberativas que permeiam a sociedade civil; e 2) as instituições políticas estatais se fortaleçam mediante um arranjo delegativo de representação que faculte, no final das contas, uma nova configuração a um dos principais sustentáculos liberais da democracia moderna: o princípio da separação de poderes.…”
Section: A Dimensão Crítica: Experimentalismounclassified