RESUMOIntrodução: O uso de abridores de boca pode ser necessário para o atendimento de pacientes com deficiência, como a paralisia cerebral. Acidentes com o deslocamento do elemento dental para dentro do seio maxilar são relativamente comuns na prática odontológica, porém não há relatos que relacionam esta complicação ao uso de abridores de boca. Objetivo: Apresentar um caso clínico de intrusão de primeiro molar permanente no seio maxilar, em paciente com paralisia cerebral, associado ao uso de abridor de boca do tipo Molt. Relato do caso: Paciente de 29 anos, sexo masculino, com paralisia cerebral espástica e deficiência mental, foi encaminhado ao Centro de Especialidades Odontológicas da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) para tratamento. Durante a realização de uma restauração com auxílio de abridor de boca do tipo Molt, houve a intrusão do elemento 26, em decorrência de apertamentos bruscos e repetidos sobre o abridor. Foi realizada uma cirurgia exploratória através do próprio alvéolo para a remoção do dente, o qual apresentava todas as raízes fusionadas. O alvéolo foi fechado por primeira intenção com um retalho lateral tracionado para o rebordo alveolar e suturado sem tensão. O paciente recebeu as recomendações pós-operatórias e foi medicado. O processo de cicatrização apresentou-se normal após 14 dias. Conclusão: Conclui-se que, apesar de muito importante para o atendimento de pacientes com deficiência, o uso de abridores de boca deve ser cuidadoso para evitar possíveis acidentes e complicações.