Regimes of rationality, post-truth and conspiracy: have we lost the taste of truth?

Abstract

Régimes de rationalité, post-vérité et conspirationnisme : at on perdu le goût du vrai ? Regimes of rationality, post-truth and conspiracy: have we lost the taste of truth? Emmanuelle Danblon Le goût du vrai va disparaître au fur et à mesure qu'il garantira moins de plaisir ; l'illusion, l'erreur, la chimère vont reconquérir pas à pas, parce qu'il s'y attache du plaisir, le terrain qu'elles tenaient autrefois. Friedrich Nietzsche, Humain trop humain Régimes de rationalité, post-vérité et conspirationnisme : at on perdu le go... Argumentation et Analyse du Discours, 25 | 2020 Régimes de rationalité, post-vérité et conspirationnisme : at on perdu le go... Argumentation et Analyse du Discours, 25 | 2020 This article proposes to analyze the phenomena of post-truth and conspiracy as part of a new regime of rationality. Its causes, both political and epistemological, are producing radical changes in the way we debate and in our relationship to reason. Based on a pedagogical exercise around the "conspiracy of the moon", the article aims to show how the tools of rhetoric can help citizens to better understand all these phenomena. Cet article propose d'analyser les phénomènes de la post-vérité et du conspirationnisme comme relevant d'un nouveau régime de rationalité. Ses causes à la fois politiques et épistémologiques produisent des changements radicaux dans notre façon de débattre et dans notre rapport à la raison. À partir d'un exercice pédagogique autour du « complot de la lune », l'article a pour ambition de montrer en quoi les outils de la rhétorique peuvent aider les citoyens à mieux comprendre l'ensemble de ces phénomènes.

“Brasil, 2020”

“…Nessa relação interlocutiva entre os entes "eu", "tu" ou "vós", nota-se uma estratégia argumentativa que remonta à retórica aristotélica de "plaider hors de la cause", ou seja, empregar essa prática discursiva com o intuito de "defender fora da causa" (DANBLON, 2020, p. 3-4), apresentando argumentos válidos, como critério técnico para traçar uma fronteira entre a argumentação e a manipulação. Numa leitura criativa de algumas da ideias de Danblon (2020), penso que o sujeito de linguagem deveria ser capaz de usar o mecanismo do "passée à la moulinette", ou seja, de analisar minuciosamente os fatos, passando-os em um "moedor" para se chegar a um posicionamento crítico sobre a realidade. Essa "passagem pelo crivo" do sujeito, então, tem a finalidade de propiciar o reencontro cognitivo do "eu" com o gosto pelo verdadeiro, por meio das práticas retóricas reflexivas.…”

“…Essa "passagem pelo crivo" do sujeito, então, tem a finalidade de propiciar o reencontro cognitivo do "eu" com o gosto pelo verdadeiro, por meio das práticas retóricas reflexivas. Danblon (2020), ao resgatar algumas ideias de Roselyne Koren (2019), observa que o sujeito retórico não é simplesmente um ser irredutivelmente formatado e dominado por uma racionalidade calculadora. Trata-se de um sujeito analítico que retira uma significativa parte de suas forças anímicas e intelectuais dos valores escolhidos e interiorizados por ele, mas que foram adquiridos por meio do pensamento crítico e de sua autonomia, sobre a qual ele é perfeitamente capaz de dar conta racionalmente.…”

“…Assim, tomando como pano de fundo essa ideia conflitiva que gira em torno da precariedade da modernidade, este estudo tem como objetivo discutir cenas enunciativas que caracterizam o contexto da pós-verdade, conforme sinaliza Danblon (2020). Essas cenas também parecem conviver com o "conteúdo normativo da modernidade" (HABERMAS, 2000(HABERMAS, [1985), p. 481-482), caracterizado pelas noções de autoconhecimento, autodeterminação e autorrealização, dentro de um panorama analítico que envolve alguns aspectos do comportamento da sociedade brasileira, especialmente após o lapso temporal do projeto político que venceu as urnas em 2018.…”

L’exemple historique au service de la persuasion complotiste. Une analyse rhétorique

“…Dans le prolon ge ment des travaux menés par Danblon et Nicolas (Danblon et Nicolas 2010 ;Nicolas 2014 ;Danblon 2020) et des récentes réflexions en analyse du discours sur les théo ries du complot (voir notam ment Demata et al 2022), cet article se propose d'analyser un méca nisme persuasif -le recours à l'exemple histo rique -à l'oeuvre dans certains discours complotistes 1 . Nous consi dé rons en effet les discours complo tistes comme des discours qui refusent l'expli ca tion commu né ment admise d'un événe ment.…”