Recomendações sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) no ambiente hospitalar e prevenção de transmissão cruzada na COVID-19

Abstract

O presente documento tem por objetivo informar sobre os modos de transmissão deste processo infeccioso, a tipologia dos equipamentos de proteção individual (EPIs), suas características, bem como orientar tecnicamente o uso correto destes EPIs no ambiente hospitalar pelos fisioterapeutas, e sobre a prevenção de transmissão cruzada por estes profissionais durante a pandemia de COVID-19. Além disso, estas recomendações nacionais estimulam os fisioterapeutas a se protegerem e utilizarem os EPIs adequadamente. Sabe-se que os fisioterapeutas são imprescindíveis na linha de frente de cuidados ao paciente com COVID-19, e que muitos procedimentos terapêuticos utilizados no contexto hospitalar são fontes dispersoras de aerossóis e assim fornecedores de risco ao ambiente e ao profissional. Desta forma, a proteção destes profissionais durante sua atividade-fim e do seu respectivo local de trabalho é motivo de grande preocupação por parte da ASSOBRAFIR.

Percepção dos discentes de fisioterapia acerca de doenças infectocontagiosas: uma pesquisa de campo

“…Em relação aos equipamentos de proteção individual (máscara, óculos, jaleco, touca e luvas), devem ser utilizados pelos fisioterapeutas dentro do ambiente hospitalar, independente do risco de exposição a aerossóis [49]. No estudo realizado por Lima, Fisioterapia Brasil 2022;23(1);18-36 todos os participantes informaram que utilizam EPI independente do diagnóstico do paciente, além de possuírem hábito de higienizar as mãos antes e após os atendimentos [50].…”

Riscos ocupacionais e qualidade de vida de fisioterapeutas brasileiros atuantes em diferentes níveis de atenção à saúde durante a pandemia da COVID-19: estudo piloto

“…A determinação do uso de EPI's por profissionais de saúde é validada também pelas especificações da Vigilância Sanitária, diante do risco de exposição dessa classe profissional à materiais biológicos durante o ato ocupacional. Assim, tais ações conferem aos fisioterapeutas, em especial, desde atitudes profiláticas até precauções específicas, como a definida para o atendimento aos pacientes com COVID-19 (Matte et al, 2020).…”

“…A utilização de EPI's é uma prática recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na tentativa de assegurar a integridade dos profissionais de saúde atuantes na área assistencial de COVID-19. Dentre os EPI's destaca-se o uso de luvas, máscaras cirúrgicas, óculos de proteção ou proteção facial e batas cirúrgicas, bem como itens para procedimentos específicos, como o uso de respiradores, máscaras de classificação N95, peças faciais filtrantes (PFF2) ou de padrão equivalente e aventais (Matte et al, 2020).…”

“…Essas lesões podem levar o profissional a optar pela não utilização ou utilização inadequada desses EPI's, assim, é extremamente importante destacar os efeitos adversos do uso de EPI's necessários para se evitar ou mitigar os riscos ocupacionais (Koh, 2020;Teixeira et al, 2020) Todavia, vale ressaltar que o uso do avental e dos EPI's não garantem 100% de proteção aos profissionais. É importante que os profissionais saibam realizar a paramentação e desparamentação adequada durante a prática clínica, sendo necessário, em determinados casos, um treinamento prévio (Ağalar;Engin, 2020;Gallasch et al, 2020;Koh, 2020;Martin-Delgado et al, 2020;Matte et al, 2020). Um estudo transversal realizado no Brasil, Colômbia e Equador, identificou que 51,4% dos profissionais que estavam realizando atendimentos durante a pandemia do COVID-19 não receberam treinamento adequado sobre o uso correto dos EPI's e 70% dos participantes relataram indisponibilidade de EPI's adequados (Martin-Delgado et al, 2020).…”

Avaliação e intervenção para a reabilitação cardiopulmonar de pacientes recuperados da COVID-19

“…Evidências científicas sugerem que o paciente com COVID-19 pode continuar transmitindo a doença mesmo após semanas da infecção e após os sintomas terem desaparecido 19 . Portanto, devido à escassez de testes clínicos para confirmar a presença do vírus bem como de evidências robustas que indiquem quando exatamente o paciente deixa de transmitir a doença, o fisioterapeuta deve tomar todos os cuidados para evitar a sua contaminação durante o processo de avaliação, como garantir a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e uma higienização cuidadosa dos equipamentos utilizados 20 .…”