Avaliação e intervenção para a reabilitação cardiopulmonar de pacientes recuperados da COVID-19

Abstract

Com a pandemia de COVID-19, é necessário o rápido entendimento das prováveis e graves sequelas que os pacientes sobreviventes podem desenvolver, assim como torna-se urgente traçar planos de ação para enfrentar tal situação desde o processo de alta hospitalar até a inserção em serviços de reabilitação cardiopulmonar. De acordo com recomendações internacionais, uma avaliação individualizada deve ser realizada e documentada no momento da alta, a qual deve contemplar as necessidades imediatas (controle dos sintomas como dispneia, fadiga e dor), assim como as necessidades a curto e médio prazo (melhora da função física e emocional; retorno ao trabalho; dentre outros). É aconselhável que nas primeiras semanas após a alta, o paciente seja atendido através de comunicação digital, a qual deve incluir imagem e áudio por questões de segurança. Componentes mandatórios dos programas de reabilitação cardiopulmonar incluem exercícios de força e resistência, além do trabalho da musculatura inspiratória. A abordagem educacional, é item importante no processo de tratamento. A reabilitação de doentes críticos acometidos por COVID-19 após alta hospitalar é de fundamental importância, especialmente naqueles que evoluíram com o quadro grave da doença, e que necessitaram de internação em UTI.

Estamos olhando para os indivíduos pós-COVID como deveríamos?

“…Além destas, outras estratégias de reabilitação também podem ser necessárias para alcançar uma menor restrição na participação social, como a reabilitação psicológica 4 . A modalidade da reabilitação pode ser ofertada de diferentes formas, seja pelo atendimento presencial para pacientes com maiores incapacidades, seja por telerreabilitação para indivíduos com menor comprometimento e maior acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) ou ainda por um modelo híbrido, o qual combine as modalidades 18 .…”

Fadiga na pessoa com sequelas da COVID-19, uma proposta de reabilitação: Estudo de Caso

“…O exsudado alveolar provocado pelo processo cicatricial inflamatório pode dar origem a fibrose pulmonar que afeta a função pulmonar de 45% dos doentes no prazo de 1 mês após infeção ou desenvolve-se entre 3 a 6 meses após 9,15 . Além disso, também podem ocorrer sequelas de envolvimento vascular com consequente trombose venosa, miocardite e arritmias; insuficiência hepática e renal, sarcopenia aguda e acidente vascular cerebral 3,9,16 , que contribuem para diminuição da capacidade funcional.…”

“…Tendo em conta os compromissos provocados pelo internamento em UCI, estima-se que os défices provocados pela FMACI (Fraqueza Muscular Associada aos Cuidados Intensivos), possam persistir por meses ou até anos após doença, com elevada causa-efeito na força muscular, musculatura respiratória, tónus muscular, amplitude articular, deglutição, equilibro e coordenação, e com desfecho desfavorável na qualidade de vida e realização das AVD 3,15,16 .…”

“…As causas de fadiga, podem ser atribuídas ao declínio da tolerância ao exercício associado a disfunção cardiopulmonar, perda de função ventilatória persistente e atrofia muscular 4 . Estes sintomas, além de avaliados subjetivamente pela pessoa através de instrumentos de avaliação validados, com recurso ao exame físico, avaliação da capacidade funcional, da função respiratória e muscular, e da qualidade de vida 16 com o objetivo de elaborar um plano de Reabilitação Respiratória (RR) individualizado. Neste estudo iremos recorrer a avaliação da fadiga através da perceção subjetiva do esforço com recurso à escala de BORG.…”

A importância da atividade física regular em grupos de sedentários pós pandemia por COVID-19: revisão de literatura

“…O SARS-CoV-2 é altamente contagioso e, por isso, desde a sua emergência o vírus rapidamente se alastrou pelo mundo tomando proporções pandêmicas (Matte et al, 2020). Segundo Cacau et al (2020) os pacientes com COVID-19 podem desenvolver acometimentos graves durante a hospitalização tais como insuficiência respiratória, choque séptico e/ou disfunção de múltiplos órgãos levando à necessidade de oxigênio suplementar e ventilação mecânica prolongada.…”