O presente artigo, de natureza teórico-conceitual, busca interpretar elementos da concepção de ciência nos principais filósofos da ciência adotados por nossa área de pesquisa em disciplinas, eventos e debates sobre história e filosofia da ciência. São eles: Comte, Popper, Lakatos, Kuhn, Bachelard e Latour. Nossa análise tem esteio em categorias do materialismo histórico-dialético. Elegemos um acervo composto pelas principais obras dos filósofos, artigos de pesquisadores da área de Educação em Ciências que os apresentam e sintetizam suas ideias e trabalhos críticos de marxistas sobre os filósofos. Expomos nossas análises em duas partes: a primeira, de natureza ontológica, traz discussões sobre concepções de realidade; a segunda, de natureza epistemológica, aborda questões sobre o modo como se conhece a realidade. Quanto ao aspecto ontológico, as ideias são marcadas por diferentes tipos de idealismo, que são resultado da primazia da lógica formal. Nas discussões epistemológicas, identificamos a supervalo-rização do sujeito no reflexo científico, em que o universal é entendido como produto da consciência cognoscente e não uma categoria objetiva do real. Pautados no materialismo histórico-dialético, defendemos que a realidade existe apesar de nossa consciência, que é possível conhecê-la, que a ciência configura-se como uma conquista do gênero humano e que isso corrobora sua presença na educação escolar.