Este artigo tem por objetivo realizar uma análise comparativa de duas obras clássicas da historiografia da educação brasileira. A primeira é o livro publicado por José Ricardo Pires de Almeida, intitulada Instrução pública no Brasil (1500-1889): história e legislação publicada pela primeira vez em 1889; a segunda se refere ao livro A Instrução e as Províncias – 1° Volume Das Amazonas às Alagoas de Primitivo Moacyr, publicada em 1939. Nesta análise, intencionamos explicitar as características e compreender as concepções teóricas e metodológicas que nortearam a construção da escrita desses autores. Para a análise, recortamos a instrução pública no período do Império na Província do Rio Grande do Norte, após o Ato adicional de 1834. As deliberações de Michel de Certeau (1982) acerca das relações entre a história e a escrita embasaram a nossa investigação sobre o fazer história dos autores. A realização deste estudo ressaltou a importância das obras para o campo da História da Educação e demonstrou que as escritas eram permeadas pelas relações políticas e culturais da época, associadas às práticas de registro e compilação de informações, prioritariamente oficiais, defendidas pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). O foco central dessas escritas era as ações estatais no âmbito da educação.