Quem iria votar? Conhecendo as conseqüências do voto obrigatório no Brasil

Abstract

O artigo enfoca a importância do voto obrigatório para a democracia brasileira. Através da análise de dados de surveys realizados antes das eleições presidenciais de 1994 e 1998, o artigo dimensiona as conseqüências da abolição do voto obrigatório em termos da igualdade da participação em grupos demográficos e políticos de eleitores.<br>The article focus on the importance of the mandatory voting for the Brazilian democracy. By analysing data from surveys conducted before the presidential elections in 1994 and 1998, the article assesses the consequences of abolishing the compulsory voting in terms of the equality of participation across a number of demographic and political groups of Brazilian voters

What if Everyone Voted? Simulating the Impact of Increased Turnout in Senate Elections

“…In an important sense, elections are about tipping points, not average effects (Uggen and Manza 2000, 9). In a closely contested race, even a small difference be-3 See Jackman (1999) on compulsory voting in Australia and Elkins (2000) on compulsory voting in Brazil.…”

Voto facultativo no Brasil e reforço de desigualdades: apoio a cotas raciais e participação não-eleitoral entre eleitores involuntários

“…Variáveis relativas à estrutura social e ao status socioeconômico, a saber: renda, escolaridade, raça e região de moradia apresentam ter relevante e significativo impacto sobre a probabilidade de um indivíduo votar voluntariamente quando analisadas isoladamente. Porém, regressões multivariadas em que se controlam os efeitos de variáveis contextuais de comportamento e engajamento político reportam efeito reduzido ou não significativo das variáveis demográficas e de status socioeconômico (Elkins. 2000;Aguiar, 2017).…”

“…Não obstante, existe uma vertente na literatura que não nega a existência de desigualdades sociodemográficas no comparecimento eleitoral de países em que o voto é facultativo, mas argumenta que o mais importante, na realidade, é a representatividade de interesses e necessidades. Elkins (2000), Verba (2001) e Verba, Schlozman e Brady (1995) comentam o trabalho de Rosenstone e Wolfinger (1980), que, apesar de ser uma das principais obras no apontamento das desigualdades socioeconômicas e demográficas no comparecimento eleitoral americano, demonstra que não existem desigualdades significativas no que tange à representação de preferências políticas declaradas em pesquisas de opinião pública. Com isso, interesses, demandas e necessidades estariam bem representados nos Estados Unidos, ao menos na arena eleitoral de participação política.…”

Representações sociais sobre política segundo posicionamento político na campanha eleitoral de 2006

“…Pesquisas vêm apontando que a escolaridade dos cidadãos é um fator importante de influência do comportamento eleitoral. Elkins (2000) verificou em levantamento bibliográfico que o aumento da escolaridade está associado ao aumento do interesse político e dever cívico, variáveis ligadas à participação política. Outros estudos apontam que identificação das pessoas com ideologias políticas no contínuo esquerdadireita é uma variável interveniente no comportamento de votar dos brasileiros (Carreirão, 2002, Carreirão & Barbetta, 2004.…”