Publicidade e gênero no Brasil: experiência e formação de públicos nas redes sociais digitais

Abstract

A proposta do artigo é discutir a interação entre publicidade e sujeito/as sociais nas redes on‑line. Para isso analisa‑se dois casos brasileiros da cervejaria Skol. Um ocorrido no carnaval de 2015 e o outro no Dia Internacional das Mulheres de 2017. Ambos selecionados por terem acionado temáticas de gênero. A perspectiva teórica que nos alicerça é o pragmatismo de John Dewey e uma abordagem relacional da comunicação. Partimos da hipótese de que há uma relação potente entre publicidade, experiência e formação de públicos. Reveladora de temáticas e valores que tangenciam nossa sociedade contemporânea.

Olha de novo: reconstrução da cena dos feminismos contemporâneos a partir de campanhas da Avon

“…Escosteguy (2019), aquele foi um ano "divisor", porque congregou uma série de acontecimentos ocorridos nas ruas e nas redes sociais que, juntos, foram capazes de potencializar inúmeras ações feministas, o que veio a ficar conhecido na mídia como a "Primavera das Mulheres". Lins (2021) explica que as características do chamado movimento feminista contemporâneo foram inspiradas nos movimentos mundiais ocorridos em 2010 1 . Trata-se de um novo jeito de fazer política, composto predominantemente por jovens, marcado pela horizontalidade e pela ausência de uma liderança, além da interseção entre as ruas, as redes e os meios de comunicação tradicionais que ajudaram a dar visibilidade aos acontecimentos.…”

“…Outro grande marco da nova geração feminista, segundo Lins (2021), foi a Marcha de Washington, realizada em 21 de janeiro de 2017, um dia após a posse do presidente Donald Trump, evento que representou o maior protesto em um único dia da história dos Estados Unidos (Bogado;Hollanda, 2018). À ocasião, renomadas feministas, como Angela Davis, Nancy Fraser, entre outras, assinaram um manifesto 2 que chamava para uma greve internacional no Dia das Mulheres.…”

“…Para ver a reconstrução histórica verLins (2021). 2 Linda Marín Alcoff, Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya, Nancy Fraser, Keeanga-Yamahtta Taylor, Rasmea Yousef Odef e Angela Davis assinam o manifesto (Alcoff et al, 2017).…”