RESUMO:Mesmo tendo a psicanálise consolidado e reiterado o uso de diagnósticos patologizantes na compreensão das transexualidades, é na esteira dos psicanalistas Patricia Porchat, Thamy Ayouch e Márcia Arán que se questiona neste artigo se a psicanálise, para manter-se crítica, deve respaldar as demandas e lógicas dos dispositivos e instituições que patologizam a experiência transexual ou se deve subvertê-las. Com o objetivo de explorar o dispositivo analítico em favor das transidentidades, apresenta-se neste artigo uma sumária historicização e crítica da categoria "diferença sexual" em psicanálise, posteriormente discutindo limites e contribuições possíveis da metapsicologia na escuta clínica de pessoas trans a partir de um relato de caso. Nas considerações finais, defende-se que a psicanálise, quando aponta seu dispositivo questionador a si mesma e torna-se menos isolada de contribuições das teorias de gênero, da filosofia, da antropologia, da sociologia e da história, pode manter-se como uma prática possível e potente para a subversão de patologizações alienantes e reconhecimento legítimo da diferença.
PALAVRAS-CHAVES:Psicanálise; Gênero; Transidentidades; Teoria queer; Política.Abstract: Although psychoanalysis had consolidated and repeated the use of pathological diagnostics to understand transsexualities, it is in the wake of psychoanalysts Patricia Porchat, Thamy Ayouch and Marcia Arán that it is questioned in this article if psychoanalysis, to remain critical, should endorse these demands, logical apparatus and institutions that read the transsexual experience as a pathology or if it should subvert them. With the objective to explore the analytical apparatus in favor of transgender identities, it is presented in this article a brief historical and critical read of the category "sexual difference" in psychoanalysis. Later we discuss possible limits and contributions of metapsychology in clinical listening of trans people through a clinical case report. At final considerations, it is argued that when psychoanalysis points its own questioning apparatus to itself and becomes less isolated from contributions of gender theories, philosophy, anthropology, sociology and history, it is able to remain a possible and powerful practice for subversion of alienating pathologization and to authentically recognition of difference. Keywords: Psychoanalysis; Gender; Trans Identities; Queer theory; Politics.Resumén: Aunque el psicoanálisis tenga consolidado y reiterado el uso de diagnósticos patologizantes en la comprensión de las transexualidades, es en la ruta de los psicoanalistas Patricia Porchat, Thamy Ayouch y Márcia Arán que se cuestiona en este artículo si el psicoanálisis, para mantenerse crítico, debe endosar las demandas y lógicas de los métodos e instituciones que patologizan la experiencia transexual o si las debe subvertir. Con el objetivo de explorar el método analítico en favor de las transidentidades, se presenta en este artículo una breve historización y crítica de la categoría "diferencia sexual" en psic...