O tratamento do leite em ultra alta temperatura (UAT) possibilita a eliminação de patógenos e aumento do tempo de prateleira, no entanto, bactérias psicrotróficas são associadas a efeitos negativos no produto, como lipólise, rancificação e a geleificação. Resultado da resistência de alguns esporos ao processamento, e à possível atividade residual de enzimas termorresistentes. Assim, o objetivo deste estudo foi enumerar bactérias psicrotróficas e realizar a prova de lactofermentação em leites UAT comercializados na região de Curitiba, Paraná. Foram adquiridas 60 amostras de duas marcas (30 da marca A e 30 da marca B) quinzenalmente em três diferentes momentos. Em cada momento 10 amostras de um mesmo lote eram separadas em dois grupos (D0 e D7), sendo D0: cinco amostras avaliadas no dia da compra, e D7: cinco amostras avaliadas após incubação a 37± 1ºC/7 dias e analisadas quanto à enumeração de bactérias psicrotróficas, coloração de Gram e prova da lactofermentação. Em D0, uma (3,4%) amostra (marca A) apresentou crescimento de psicrotróficos (2,50 x 10 5 UFC/mL), Gram negativos. As amostras da marca B não apresentaram crescimento microbiano. Vinte e cinco (83,3%) amostras não formaram coágulo, e cinco (16,7%) produziram coágulo esponjoso. Em D7, nenhuma amostra apresentou contagem bacteriana, 20 (66,7%) não produziram coágulo e 10 (33,3%) produziram coágulo esponjoso. O processo UAT utilizado pela marca A não garantiu efetividade na redução de bactérias psicrotróficas, e o resultado do teste de lactofermentação indica a possível contaminação por coliformes em ambas as marcas. Ainda, a ausência de coágulos em diversas amostras pode ser um indicativo do uso de conservantes, o que é considerado fraude.