Profissionais da controladoria: competências e demandas organizacionais

Abstract

Objetivo: Identificar as principais competências exigidas aos Controllers para o exercício de suas atividades em empresas que estão instaladas em Pernambuco, Brasil.
 Metodologia: A pesquisa foi descritiva e exploratória, realizada em empresas que tivessem pelo menos um profissional ocupando a função de controller, contador gerencial ou controlador. O questionário foi o instrumento de coleta de dados desenvolvido com base no levantamento bibliográfico, focando nas competências individuais e suas categorias: competências de negócios, técnico-profissionais e sociais.
 Resultados: 100 profissionais aceitaram participar do estudo. 40% das empresas eram de grande porte e a maioria era prestadora de serviços, com controladoria na estrutura organizacional. Os controllers eram maioria homens, com menos de 40 anos, 10 anos de experiência, ocupando função gerencial e com formação superior. As competências técnicas individuais que a maioria dos controllers afirmou “usar muito” foram seis, dentre as 20 listadas: assessora a cúpula administrativa, tem conhecimentos na área contábil, elabora relatórios gerenciais, fornece suporte informacional à gestão empresarial, realiza análise de custos e tem conhecimentos na área financeira. As competências de negócios, das 18 apresentadas, 4 são muito utilizadas: Pensa e age estrategicamente, orientação para resultados, busca melhoria contínua dos processos em que participa e foco na qualidade das decisões tomadas. E dentre as 18 competências sociais, a maioria respondeu “usar muito”, 14, relacionadas ao trabalho íntegro, proativo, flexível e realizador, com ênfase na interação e liderança da equipe, com controle emocional e boa adaptação às mudanças. Atualmente, a controladoria vem ampliando sua esfera de atuação nas organizações, consolidando-se como unidade de apoio à gestão organizacional.
 Contribuições: A pesquisa mostra que os controladores possuem pós-graduação, com responsabilidade pelos controles internos e gerenciais das organizações, atuando no nível gerencial e administrativo, além de desenvolver uma gama de competências.

Hybrid controller: main competences and skills

“…Among the definitions discussed by Nocetti and Lavarda (2019) for the controllership, the one that characterizes the area as an operational, economic, financial, and asset knowledge grouping focused on the control of organizational processes stands out. Despite the wide definition, it proves to be adequate since the controllership follows the company's management evolution and may even manifest itself formally in the structure (as a sector or department) or through a person responsible for the execution of tasks associated with the area (Amorim & Silva, 2019).…”

“…This professional responsible for performing the tasks of the controllership is called a management accountant or controller, which is the one usually used in Brazil (Amorim & Silva, 2019). The controller's attribution consists in providing useful information to management, in order to subsidize the decision-making process (Endenich & Trapp, 2020).…”

“…The controller's attribution consists in providing useful information to management, in order to subsidize the decision-making process (Endenich & Trapp, 2020). In this study, the understanding of Amorim and Silva (2019) is followed as to the denomination commonly used in Brazil for this profession, thus the term "controller" is used to designate the controllership professional.…”

As Capacidades Geradoras de Valor da Controladoria

“…The competitive environment also stimulated the evolution and performance of controllership functions, which emerge from the occupation of an initially tactical space, to a space of strategic support in the organization (Financial Executive Institute [FEI], 2017). These changes lead to the emergence of some gaps in the study of controllership, mainly in relation to its concepts, functions and artifacts (Cavichioli, Santos, Vesco, & Fiirst, 2020) and also on the value of controllership's strategic support, which addresses from accounting management, through planning and impacts on performance (Amorim & Silva, 2019).…”

Reflexividade do exame de suficiência frente ao estabelecido pelo currículo mundial ONU/UNCTAD/ISAR e a eixos de competências requeridas dos profissionais da área contábil

“…Tendo em vista que os pré-requisitos básicos para o exercício da profissão incluem, além do domínio de competências técnico-científicas, hard skills, também as comportamentais e gerenciais, soft skills, pesquisas (KAVANAGH; DRENNAN, 2008;SANTOS;SOBRAL;ANTONOVZ;SANTOS, 2011;LAFFIN, 2015;CRUZ;LYRIO, 2017;SÁ;AMORIM, 2017;MANZI;BEMFICA, 2018) ressaltam a globalidade e maior abrangência dos currículos dos cursos de Contabilidade para a visão interdisciplinar do conhecimento de modo que os egressos possuam visão holística da Contabilidade. A necessidade de mudanças curriculares, no âmbito da educação superior contábil, é reforçada por estudos (MARION, 1998;CHEETHAM;CHIVERS, 2005;KAVANAGH;DRENNAN, 2008;SILVA;GUIMARÃES, 2010;SILVA, 2018) que destacam a excessiva concentração de disciplinas de natureza técnica, o que limita a uma visão do profissional restrita à escrituração Contábil (hard skills). Outras investigações (IUDÍCIBUS; MARION, 2002;SARSUR;NUNES;FLEURY;BARBOSA, 2008;OLIVEIRA NETO;KUROTORI, 2009;KOUNROUZAN;MILOCA;FERRAZ;PONCIANO, 2010) também ressaltam que a formação do profissional Contábil deve contemplar além dos conhecimentos técnicos (qualificação formal), também comportamentos e valores que capacitem os profissionais a lidar com imprevistos nas situações de trabalho, que, para Arantes e Silva (2020), incorporam a comunicação eficaz, a resolução de problemas, o pensamento criativo e a capacidade de liderança, classificadas como soft skills.…”