Segundo dados da OMS, 254 milhões de cirurgias são realizadas por ano no mundo. Destas, cerca de 7 milhões de pacientes sofrem alguma complicação pós-operatória e um milhão morre. As cirurgias de urgência e emergência são identificadas como preditores independentes de mortalidade e a assistência perioperatória é fundamental para o bom desfecho clínico do paciente. Esse estudo propôs caracterizar a população submetida a esse tipo de procedimento no HC-UFG e identificar fatores clínicos e cirúrgicos associados a maior mortalidade no período transoperatório até o sétimo dia pós-operatório. Trata-se de um estudo analítico, prospectivo. Os dados foram obtidos através da revisão do prontuário dos pacientes e das fichas de anestesia impressas. Na avaliação de complicações pós-operatórias, foi utilizada a escala Postoperative Morbidity Survey, desenvolvida e validada para tal finalidade. 71 pacientes foram acompanhados, com idade 41,7 +/- 24,5 anos. 42,2% possuíam alguma situação de risco pré-operatória. A presença de complicações foi observada em 40,8% e 8,4% vieram a óbito. Anemia (odds ratio [OR] 16,0, p < 0,05), cirurgia de grande porte (OR 13,3, p < 0,05), insuficiência renal aguda ou crônica agudizada (OR 16,8, p < 0,05) e sepse (OR 0,5, p < 0,05) foram significativos para a ocorrência de complicações. Tais resultados podem refletir a alta complexidade dos pacientes da instituição. Conhecer o perfil dos pacientes atendidos auxilia na definição de estratégias de gerenciamento e na criação de linhas de cuidado específicas para grupos de alto risco.