Preconceito e Saúde Mental: Estresse de Minoria em Jovens Universitários

Abstract

O objetivo desse estudo é comparar indicadores de saúde mental de estudantes de cursos de saúde quanto a orientação sexual e gênero. Para tanto, tais dados foram interpretados pelo modelo de estresse de minoria para compreender o efeito da vivência da homofobia. Estudos apontam que a vivência da homofobia está associada a piores indicadores de saúde mental na população LGBT. Participaram desse estudo 60 estudantes universitários de cursos de saúde, 55% homens, 65% heterossexuais e 84% pardos e brancos. Foram utilizadas escalas para avaliar Preconceito contra a Diversidade Sexual e de Gênero, Homofobia Internalizada, Estresse Percebido e Distress, além de um questionário demográfico. Os dados apontam piores indicadores de saúde mental para os estudantes não heterossexuais. Ambos apresentaram graus semelhantes de preconceito contra diversidade sexual e de gênero. O estudo corrobora uma série de dados nacionais e internacionais que apontam efeitos da vivência do preconceito para a saúde mental da população não heterossexual.

População LGBTQIA+

“…Os 19 artigos selecionados consistiam em estudos sobre as experiências e acesso à saúde bucal por pacientes LGBTQIA+ 2,16-20 e estudos transversais sobre a experiência dos alunos de graduação e pós-graduação em Odontologia com a população LGBTQIA+ 13,[21][22][23][24][25][26] . Quatro artigos demonstraram a experiência de se inserir atividades focadas na desmistificação da população LGBTQIA+ durante a graduação em Odontologia [27][28][29][30] .…”

“…Quatro artigos demonstraram a experiência de se inserir atividades focadas na desmistificação da população LGBTQIA+ durante a graduação em Odontologia [27][28][29][30] . Artigos que investigaram a presença de alunos LGBTQIA+ em cursos da área da saúde e o suporte a eles fornecido pelas instituições de ensino também foram considerados 8,9,23,25 . A estratégia de busca utilizada evidenciou poucos estudos realizados no Brasil.…”

“…É importante ressaltar que estas medidas, quando fomentadas pelas instituições, são de grande valia para diminuir o estigma e preconceito sofrido por estes alunos. Inclusive, uma pesquisa nacional enfatizou que comportamentos homofóbicos podem estar presentes inclusive em alunos não-heterossexuais 25 . Foram encontrados poucos estudos brasileiros nesta pesquisa, com características regionais que não demonstram de forma abrangente a vivência desta população, visto que o Brasil comporta diferentes realidades.…”

Sintomas de ansiedade generalizada entre estudantes de graduação: prevalência, fatores associados e possíveis consequências

“…Conhecer os fatores de risco para ansiedade entre estudantes universitários contribui para o melhor entendimento desses resultados elevados. Diversos estudos evidenciaram alguns fatores de risco em comum, como ser mulher [7][8][9][10] , não ser heterossexual 11 , ter entre 18 e 24 anos 12 , baixa condição econômica 6 , ser obeso 13 , realizar pouca ou nenhuma atividade física 7 , baixa qualidade de sono 14 , baixa percepção de suporte familiar 15 e alto risco de suicídio 16 .…”

Editorial

“…Estudo desenvolvido com 140 pessoas LGBT+ na Turquia apontou que 65% delas relataram queixas envolvendo sua saúde mental 10 e outro realizado com 60 estudantes de cursos da área da saúde de uma Universidade Pública brasileira constatou que estudantes não-heterossexuais apresentam os piores indicadores de saúde mental. 3 Ainda, pessoas LGBT+, quando comparadas às pessoas não LGBT+, apresentam maiores prevalências de depressão e ansiedade, maior risco para o suicídio e fazem uso mais intenso de substâncias psicoativas. 2 No que tange à Enfermagem, ela possui grande potencial no estabelecimento de vínculo e na realização de um acolhimento efetivo, tendo-os como grandes aliados para uma prática humanizada, que preserve, respeite e garanta o direito fundamental à saúde das pessoas LGBT+.…”