Prática desportiva de estudantes universitários: o caso da Universidade do Porto

Abstract

RESUMOEmbora as vantagens associadas à prática desportiva por pessoas de todas as idades sejam hoje perfeitamente evidentes, vários estudos realizados com populações universitárias têm destacado o seu elevado sedentarismo, razão pela qual se justifica investigar as determinantes da sua actividade desportiva. Reconhecendo a importância assumida neste domínio pelas dimensões social, cognitiva e afectiva, este estudo procurou analisar a prática desportiva de estudantes universitários, relacionando-a com variáveis intrapessoais (e.g., sexo, idade) e interpessoais (e.g., hábitos desportivos de familiares e amigos). Participaram 2284 estudantes dos dois sexos, com idades entre os 18 e os 30 anos (média±desvio-padrão=21.87±2.37), que preencheram um questionário sobre a sua prática desportiva e a dos seus familiares e amigos. A análise dos resultados evidenciou que os estudantes: i) preferiam actividades de fitness, natação e futebol, bem como actividades menos tradicionais (e.g., capoeira); ii) praticavam maioritariamente desporto recreativo, ao longo de todo o ano, em associações/ academias/ ginásios; iii) os homens eram mais activos; iv) maioritariamente preferiam praticar desporto acompanhados, o que convergia com as correlações positivas encontradas entre a regularidade da sua prática e a dos seus amigos e familiares. Daqui resulta, portanto, a importância de adequar a oferta desportiva às preferências dos estudantes, não só em termos de modalidades e espaços, mas também considerando o papel dos outros significativos. Palavras

Comportamento da prática esportiva do estudante de enfermagem

“…However, contrary to what would be expected, there is evidence that young adults between the ages of 18 and 25, including students of higher education do not have regular habits of practicing sports (3)(4) . These data are also corroborated by studies carried out in Portugal (5) , in which high levels of sedentarism were identified among higher education students. Furthermore, studies conducted in Germany (6) and in Brazil (7) report low participation in sports among nursing students.…”

“…However, this panorama was also not particular to this population since other studies (e.g. Canada (22) , the United States (23) , Portugal (5) and Spain (24) ) also found similar profiles to those of students in higher education in relation to frequency and adherence to practicing sports, thereby showing that both (adhesion and frequency to practicing sports) do not reach the recommended minimum frequency in this population.…”

Um olhar sobre o envolvimento e frequência de prática de exercício físico em estudantes do ensino superior

“…Numa investigação alargada com universitários de 23 países (22) , por exemplo, constatou-se que a prática de desporto e EF estava abaixo dos níveis recomendados numa proporção substancial de estudantes. Outras investigações, em países como o Canadá (24) , Estados Unidos (26) , Espanha (44) e Portugal (11) também retrataram semelhanças no perfil do estudante no ensino superior no respeitante à frequência de prática de EF.…”

“…Entre os jovens adultos que não possuem hábitos regulares de prática de desporto e EF encontram-se, naturalmente, os estudantes do ensino superior. Em estudos desenvolvidos em Espanha (44) e Portugal (11) , por exemplo, foram identificados elevados níveis de sedentarismo nestes estudantes. Do mesmo modo, uma meta-análise realizada nos Estados Unidos (26) revelou que cerca de 40 a 50% dos estudantes universitários não mantinham níveis de atividade física considerados aceitáveis.…”

“…Estas barreiras são percecionadas pelo estudante como razões e motivos negativos no seu processo de tomada de decisão para a prática de EF (45) e podem ser objetivas (e.g., mudança de residência, espaço adequado para a prática) ou subjetivas (e.g., falta de tempo). De uma forma geral, essas barreiras sugerem que os estudantes do ensino superior não parecem estar preparados de forma eficaz para a transição para uma atividade física que, como referimos anteriormente, deixa de ser obrigatória e passa a ser voluntária (11) . Nessa medida, atendendo a que os estudantes do ensino superior são, em primeira instância, os responsáveis por tal tarefa, esta pode constituir-se como um desafio acrescido, pelo planeamento e execução que obrigam na promoção dos hábitos de prática de EF.…”