“…Se por um lado, alguns estudos adotam o conceito de cidade como algo relacionado a um plano urbano, com funções e normas definidas estrategicamente com objetivo de organizar a vida coletiva em uma concepção mais geral e utópica 4 sobre o espaço urbano, por outro, neste estudo, partimos do entendimento de cidade a partir de Certeau (1994), que propõe o deslocamento desse conceito de cidade para práticas urbanas, argumentando que para além de um conceito substantivo a cidade é um "verbo" praticado cotidianamente. Baseadas nessa perspectiva, diversas pesquisas representam a cidade nos Estudos Organizacionais (EOS) por meio das práticas e destacam assim, como "as maneiras de fazer" que produzem as organizações também produzem as cidades (FRANCO, OLIVEIRA, 2016;MENDES, CAVEDON, 2012;SARAIVA, CARRIERI, 2014, IPIRANGA, 2010CAVALCANTI;BISPO;SOARES, 2015;SARAIVA, IPIRANGA, 2020). Assim sendo, partimos do alicerce comum aos estudos com abordagens baseadas em práticas organizacionais e sociais que buscam compreensões de acordo com as ações cotidianas e seus aspectos simbólicos (RECKWITZ, 2002), que são corporificadas, materialmente mediadas e organizadas ao redor de entendimentos práticos comuns (SCHATZKI, 2002).…”