A ideia de cultura como lugar de estabilização e normatização é desconstruída por Bauman (2012). À cultura cabe o acolhimento da mudança resultante do embate de forças que ora tentam preservar ora flexibilizar. Este movimento aponta para o que Bhabha (1998) nomeou de um lugar fronteiriço, onde tudo acontece. Este contexto referencia o mundo global, com fronteiras porosas, e sua heterogeneidade cultural. Assim, o artigo objetiva evidenciar, a partir dos estudos linguísticos, semântico-culturais de Ferrarezi Jr. (2013), como a Amazônia, Floresta Tropical, apresenta-se, por meio de uma dimensão linguística e extralinguística, como elemento de tensão entre a cultura local e a cultura global. Para tanto, investe numa análise semântico-cultural de dois textos publicitários que expõem uma concepção de cultura e globalização ao modo de Bauman (2012) e Santos (1998), demonstrando a Amazônia, enquanto elemento polarizado pelo embate de forças locais e globais, que eleva ao centro da discussão a Soberania do Povo Brasileiro e a fragilização de Direitos Humanos da diversidade de povos e culturas locais.