Eu não sou somente ativo quando falo, mas eu antecipo minha fala no ouvinte; eu não sou passivo quando escuto, mas eu falo a partir (...) daquilo que o outro diz. Falar não é somente uma iniciativa minha, escutar não é se submeter à iniciativa do outro, e isso, em última análise, porque como sujeitos falantes nós continuamos, nós retomamos um mesmo esforço, mais velho que nós, sobre o qual nós somos entrelaçados (entés) um e outro, e que é a manifestação.
Resumo: O estudo em foco, à luz da Sociolinguística Interacional, figura como possibilidade de discussão/reflexão de práticas interativas realizadas nas aulas de língua materna do Ensino Fundamental, com destaque para as ações que valorizam a natureza social e interacional da linguagem a partir da fala do aluno e das reações do professor. Toma como pressupostos teóricos os estudos de Koch (2006), Bakhtin(2003), Geraldi (1997), Kerbrat-Orecchioni (2006), Garcez (2002), Marcuschi (1991), Gumperz (1996), entre outros teóricos que se preocupam com a problemática das relações interativas de mediação pela linguagem, bem como de suas implicações na constituição intelectual dos sujeitos envolvidos com a cena escolar: alunos e professores em formação continuada. Para tanto, a pesquisa qualitativa em educação, do tipo etnográfica, aplicada ao ensino público município da cidade de Pombal – PB, revelou a urgência de valorização da relação professor x aluno em situações de interação de sala de aula, dialética necessária para a efetivação do ensino-aprendizagem da linguagem na aula de língua materna. Palavras-chave: Práticas interativa; Ensino de língua; Formação docente.
O estudo traz uma reflexão sobre métodos e práticas de leitura para aulas de Língua Materna, tendo em vista formar leitores proficientes, levando em consideração as tradições orais de transmissão cultural. Aponta possibilidades de abordagem do discurso pós-moderno a partir do folheto de cordel. Objetiva sugerir um trabalho em turmas de ensino médio, com vistas a desenvolver a proficiência leitora e o aprimoramento de conhecimentos essenciais à contemporaneidade. A proposta situa-se numa perspectiva educacional, perpassando as teorias da análise do discurso (AD) e da linguagem. Para tanto, apoia-se em estudos já realizados por Bakhtin/Voloshinov (2004), Hall (2005), Orlandi (2009), Possenti (2009), Sacristán (2002), entre outros. O propósito foi despertar nos alunos o gosto pela leitura e a funcionalidade de gêneros discursivos diversos na escola e na sociedade, o que em nossa prática foi evidenciado pela leitura do cordel.
Desde a antiguidade clássica, verifica-se uma poética da vozrealizada a partir de diversas funções sociais ritualizadas pela palavra.Isso confirma uma tradição oral que persiste em nossos dias, agregadaem vários aspectos do quotidiano (ZUMTHOR, 1993). A escrita nasce,então, como resposta às necessidades dos povos que narram a memóriade sua gente e buscam, através dessas narrativas, a explicação e atualizaçãoda vida humana. Corroborando com tais assertivas, dados de pesquisasque venho desenvolvendo com gêneros textuais diversos das culturaspopulares, no campo das linguísticas aplicada e pragmática/discursiva,vêm demonstrando que os estudos do letramento são hoje um campopromissor de investigação e elaboração de métodos que buscam reunirpesquisas interessadas pela descrição e explicação da influência daoralidade e da escritura nas práticas culturais de sociedades letradas,o que contribui para a formação de professores de língua portuguesaempenhados na constituição de sujeitos escolares aptos para umaconvivência sociocultural efetiva. Diante disso, destaca-se o fenômeno do letramento que extrapola o mundo da escrita e se interessa pela letracomo prática sociocultural; o que permite fundamentar um estudo emdiálogo com outros pesquisadores que compartilham com a ideia de umensino de língua baseado em eventos e práticas de letramento, em que avoz antecede, atravessa e “finaliza” a produção escrita, animando o textoe atualizando discursos de um material regional típico do Nordeste: osfolhetos de cordel brasileiros. Uma perspectiva de estudo que cobra acompreensão do lugar e do tempo que compõem o sujeito escrevente efalante, e/ou mesmo, que escreve para simular uma fala: ação dialógica eideológica, marca de acontecimento sociocultural do homem na história.
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