Resumo: Este artigo pretende analisar os modos pelos quais o filme Também Somos Irmãos (José Carlos Burle, 1949) apresentou seus personagens a partir das identidades étnico-raciais. Abordaremos também como os discursos sobre raça que circulavam socialmente à época foram apropriados na discussão proposta pela obra. Descrevemos resumidamente a ação do filme: dois irmãos negros criados em uma casa -cujo patriarca Requião era branco e racista -escolhem duas trajetórias contrapostas melodramaticamente. Enquanto Renato escolhe a carreira jurídica, Miro opta pela marginalidade como forma de contestação dos valores do "mundo dos brancos".Palavras-chave: cinema; Burle; identidades étnico-raciais. We also explore how the discourse about race, which was socially valid at that time, has been reappropriated in the discussion proposed by the movie. Briefly, we can describe the plot of the movie: two Afro-Brazilian brothers were raised by a racist stepfather and they chose different paths melodramatically opposed. While Renato chose a juridical career, Miro preferred marginality as a way of contestation of "white values".Keywords: cinema; Burle; ethnic identities.