Abstract:Resumo Passados mais de dez anos de continuidade das políticas de prevenção e controle do câncer e de saúde bucal, persistem desafios para garantia do acesso ao diagnóstico e tratamento. O objetivo do estudo é analisar as políticas de oncologia e de saúde bucal em vigor, no que se refere ao processo de implantação dos componentes assistenciais relacionados ao câncer bucal. Foram analisadas dez normativas que estruturam essas políticas, sob a ótica da Teoria da Estruturação, além de dados de oferta de serviços … Show more
“…A atenção primária deve resolver coisas simples, tais como: problema de gengivite, fazer limpeza nos dentes e avaliações periódicos de procedimentos rotineiros (Fonseca et al, 2015). No entanto, é importante investir de forma mais enérgica no CEO em especialidades básicas (periodontia, endodontia e cirurgia) para fortalecer o cuidado bucal da população em municípios mais carentes desses serviços (Lima & O'dwyer, 2020).…”
A implantação da Política Nacional de Saúde Bucal tencionou organizar as redes de atenção no Sistema Único de Saúde. A investigação objetiva avaliar o fluxo de serviços odontológicos no município de Fortaleza, Ceará, nordeste do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou como cenário as unidades de Atenção Primária em Saúde, Secundária (Centro de Especialidades Odontológicos) e Terciária do município. Participaram do estudo 04 gerentes e 09 dentistas das unidades selecionadas. A coleta de informações, realizada durante o ano de 2021, foi extraída por meio de uma entrevista. Utilizou-se a narrativa hermenêutica para análise dos discursos, dividindo-as em: acesso aos serviços odontológicos, a regulação dos serviços odontológicos e distribuição dos profissionais na rede. Verificou-se que as unidades apresentam áreas territoriais de grande dimensão que gera barreiras geográficas para se ter acesso aos serviços oferecidos. Esse é um dos fatores que gera filas de espera por procedimentos, ocasionando um absenteísmo significativo na oferta de serviços. Também identificado um número de profissionais insuficientes para atendimento da demanda e falhas na marcação de consultas. Concluiu-se que é necessário criar um protocolo padronizado de marcação de consultas na atenção primária, ampliar o quadro de profissionais de saúde bucal nesse nível de atenção e nos centros de especialidades odontológicas, bem como promover a implantação de novos centros.
“…A atenção primária deve resolver coisas simples, tais como: problema de gengivite, fazer limpeza nos dentes e avaliações periódicos de procedimentos rotineiros (Fonseca et al, 2015). No entanto, é importante investir de forma mais enérgica no CEO em especialidades básicas (periodontia, endodontia e cirurgia) para fortalecer o cuidado bucal da população em municípios mais carentes desses serviços (Lima & O'dwyer, 2020).…”
A implantação da Política Nacional de Saúde Bucal tencionou organizar as redes de atenção no Sistema Único de Saúde. A investigação objetiva avaliar o fluxo de serviços odontológicos no município de Fortaleza, Ceará, nordeste do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou como cenário as unidades de Atenção Primária em Saúde, Secundária (Centro de Especialidades Odontológicos) e Terciária do município. Participaram do estudo 04 gerentes e 09 dentistas das unidades selecionadas. A coleta de informações, realizada durante o ano de 2021, foi extraída por meio de uma entrevista. Utilizou-se a narrativa hermenêutica para análise dos discursos, dividindo-as em: acesso aos serviços odontológicos, a regulação dos serviços odontológicos e distribuição dos profissionais na rede. Verificou-se que as unidades apresentam áreas territoriais de grande dimensão que gera barreiras geográficas para se ter acesso aos serviços oferecidos. Esse é um dos fatores que gera filas de espera por procedimentos, ocasionando um absenteísmo significativo na oferta de serviços. Também identificado um número de profissionais insuficientes para atendimento da demanda e falhas na marcação de consultas. Concluiu-se que é necessário criar um protocolo padronizado de marcação de consultas na atenção primária, ampliar o quadro de profissionais de saúde bucal nesse nível de atenção e nos centros de especialidades odontológicas, bem como promover a implantação de novos centros.
“…The interviewees suggested that the region's low coverage rates were a constraining factor for access to oral cancer diagnosis and treatment and related to the large size of the municipalities, lack of funding, and the fact that the health region has been historically underserved. Despite the expansion of oral care in primary care services after the PNSB came into force, the historic debt of social exclusion meant that the results of this expansion have been limited 10 .…”
Section: Primary Carementioning
confidence: 99%
“…The interviewees highlighted that federal funding was a key factor determining the implementation of these services. While each municipality in the health region has a CEO, the expansion of primary care has led to an increase in demand for secondary services, which have not grown at the same pace 10 .…”
Section: Specialist Carementioning
confidence: 99%
“…The high number of oral cancer cases and deaths is associated with late diagnosis, despite the fact that this type of cancer occurs in places that are accessible to visual inspection 8 . Despite regulations and increased funding, the oral cancer mortality rate rose between 2003 and 2012 9,10 .…”
The aim was to identify constraining and enabling factors related to the organization of health care networks that influence access to oral cancer diagnosis and treatment. A case study in the “Metropolitan I” health region using data collected from health information systems and 26 semi-structured interviews with health managers and professionals. The data were analyzed using descriptive statistics and strategic conduct analysis, drawing on the theory of structuration proposed by Giddens. The findings reveal that coverage of oral health care in primary care services is generally low and prioritizes specific groups and urgent cases, hampering access to oral cancer diagnosis. While the presence of a network of secondary care services in the municipalities that make up the health region facilitates diagnosis, there are major barriers to treatment. Informal partnerships established with dental schools play an important role in diagnosis, but do not receive funding. The regulation of appointments for diagnosis was not restrictive. In contrast, the regulation of referrals for treatment lacked transparency, was subject to long delays, and shortage of places. Despite advances, constraining factors related to structure and the actions of agents involved in the care process persist, hampering the timely diagnosis and treatment of oral cancer.
“…Os critérios e recursos normatizados por essas políticas estimularam a ampliação da rede de serviços de saúde por todo o País, mesmo que de forma limitada 4 . A ampliação do acesso aos serviços de oncologia, o que se refere à entrada no serviço de saúde e à continuidade do tratamento 5 , passa pela agenda da regionalização dos serviços 6 .…”
RESUMO A ampliação do acesso à prevenção e controle do câncer bucal demanda a construção de uma rede intermunicipal de cuidado e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) tem papel central nesse processo. Objetiva-se analisar, sob a ótica da Teoria da Estruturação, a participação da CIB na estruturação da prevenção e controle do câncer bucal no Sistema Único de Saúde, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Realizou-se um estudo de caso exploratório, com análise de documentos da CIB do Rio de Janeiro entre 1996 e 2019. A coleta dos dados foi realizada no primeiro trimestre de 2020. Foram analisados 739 documentos pelas categorias: Constituição da rede de saúde; Financiamento das ações de saúde; Qualificação profissional em saúde. As discussões na CIB se mostraram limitadas devido uma característica mais municipalista e menos regionalizada no estado. O acesso ao tratamento rendeu debates que contribuíram com a expansão, mesmo que limitada, da rede hospitalar e com a reorganização da regulação. Identificou-se que esse espaço formal de negociação e decisão intergestores se transformou em um espaço meramente informativo ou deliberativo pro forma, o que traz limitações para estruturação das ações regionais de prevenção e controle do câncer bucal no estado do Rio de Janeiro.
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