“…A partir dessa premissa, refuta-se a perspectiva que se apoia na "desqualificação da voz das crianças na configuração dos seus mundos de vida e a colonização adultocentrada dos modos de expressão e de pensamento das crianças" (Sarmento, 2005, p. 370). Seguindo esse raciocínio, a criança deixa, então, de ser exclusivamente o domínio teórico do adulto, que a observa e a explica, como o sujeito do amanhã, como o "futuro", capaz apenas de internalizar elementos da comunidade social estabelecida (Alanen 2010;Marchi, 2009Marchi, , 2017Marchi, , 2018Sarmento, 2004Sarmento, , 2005. Ao mesmo tempo, ela emerge como protagonista, como sujeito dos processos ao invés de mero objeto, e, nessa condição, interpreta os contextos nos quais está imersa, constrói suas relações produzindo significados próprios.…”