RESUMONo presente estudo teve-se como objetivo identificar a autoavaliação da saúde e satisfação com a vida de mulheres idosas residentes em uma instituição de longa permanência. Trata-se de estudo quantitativo-descritivotransversal realizado com uma amostra de 20 idosas residentes em instituição de longa permanência selecionadas por meio de critérios de inclusão/exclusão e screening cognitivo. Os dados foram coletados mediante aplicação do questionário Brazil Old Age Schedule e os registros dos prontuários. A autoavaliação de saúde foi referida como ótima por cinco idosas (25%), como boa por onze (55%) e como ruim por quatro delas (20%). Comparando o estado atual de saúde com o dos últimos cinco anos, doze idosas (60%) afirmaram estar melhor, para seis (30%) está igual e para duas (10%) está pior. A maioria (n=18; 90%) está satisfeita com sua vida, e duas (10%) estão insatisfeitas. Os motivos da insatisfação apontados foram problemas de saúde e com os familiares. Apesar de enfrentarem múltiplas doenças crônicas, a maior parte das idosas manifestou-se satisfeita com sua vida e saúde e com o suporte profissional e social recebido.Palavras-chave: Instituição de Longa Permanência para Idosos. Idoso. Satisfação Pessoal. Doença Crônica. Assistência a Idosos.
INTRODUÇÃOAs modificações contemporâneas nos arranjos domiciliares têm contribuído para a redução da disponibilidade de apoio e cuidado familiar aos idosos frágeis e dependentes, bem como potencializado a emergência da insuficiência familiar. Essas modificações se devem, principalmente, ao aumento da participação da mulher no mercado de trabalho, à redução das taxas de fecundidade (e consequente aumento do número de mulheres sem filhos), a valorização do individualismo e os conflitos intergeracionais, além de mudanças nos padrões de divórcio e casamento (1) . Nestas condições, a admissão em instituição de longa permanência para idosos (ILPI) tem sido aceita como alternativa para o idoso que não tenha meios de prover a própria subsistência, não possua família ou cuja família não tenha possibilidade de garantir a sua adequada manutenção. A despeito dos atributos negativos e paradigmas historicamente associados à institucionalização (os asilos de mendicidade surgiram como um serviço para abrigar idosos pobres e sem família, desempregados, crianças abandonadas e doentes mentais), muitos idosos e suas famílias buscam a ILPI como um refúgio para um envelhecimento digno.São motivos apontados por idosas residentes em ILPIs para o ingresso na instituição o favorecimento de práticas religiosas, a prevenção da solidão, a necessidade de cuidados de saúde ou a fuga de conflitos e exclusão familiar. Algumas idosas se sentiram muito mais produtivas e acolhidas após o ingresso e ao participarem das atividades promovidas pela instituição (2)