Objetivou-se analisar a experiência de discriminação racial sofrida por estudantes universitários. Estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, com 751 participantes. Realizado em cinco instituições públicas e privadas de ensino superior do estado do Ceará, Brasil, de setembro a dezembro de 2023. O instrumento utilizado foi a Escala de Experiências de Discriminação Racial e o questionário do perfil sociodemográfico. A identificação e abordagem para pesquisa aconteceu de forma on-line e presencial. Destacaram-se, como maioria, participantes do sexo feminino, 52,5%; com idade média de 22,8; com predominância da raça parda, 58,5%; com renda familiar de um a dois salários-mínimos, 36,9%; e a religião católica com predominância de 59,4%. Com relação ao tratamento injusto relacionado à discriminação racial, observou-se que os participantes afirmaram tomarem alguma atitude ao serem tratados injustamente, como, por exemplo, falavam com outras pessoas. Em relação a sentir-se tratado injustamente e tentar fazer alguma coisa sobre isso, apenas 24,7% da população preta faziam alguma coisa contra isso, em contrapartida, 21,5% guardavam esse tipo de tratamento para si. Além disso, as experiências de discriminação racial por raça em estudantes universitários ressaltaram que 81,7% da população preta já sofreu com discriminação. Observaram-se as preocupações em torno da discriminação racial por raça entre os estudantes, com cerca de 80,6%, no último ano, com 91,4% que prestaram preocupação com o grupo racial e 90,3% que demonstraram autopreocupação ao tratamento injusto. Ademais, 4,3% da população preta já prestou queixa policial, em contrapartida, 95,7% da população preta nunca prestou queixa, fato que demonstra que ainda, atualmente, existem grandes vulnerabilidades vivenciadas, a partir da discriminação racial entre estudantes universitários.