Introdução: Apesar da redução nos coeficientes de prevalência e de detecção de casos novos, a hanseníase ainda se configura como problema de saúde pública no Brasil. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes com hanseníase; e verificar a associação entre suas características clínicas segundo os anos de 2009 a 2014. Material e métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, populacional e documental, com delineamento quantitativo desenvolvido de 2009 a 2014 em centro de referência em João Pessoa/PB. Envolveu 414 prontuários, utilizando-se formulário estruturado para coleta de dados contemplando variáveis sociodemográficas, clínicas e da avaliação neurológica simplificada no diagnóstico e na alta. Resultados: Observou-se predominância de homens (58,7%), faixa etária de 31 a 45 anos (27,8%), baixa escolaridade (65,9%), tipo multibacilar (60,6%), forma dimorfa (35%), grau 0 de incapacidade (59,4%), pés comprometidos (37,2%) e sem nervos afetados (52,4%). Entre 2009-2014 constatou-se diferença significativa para o grau de incapacidade (p=0,038), com aumento do número de casos diagnosticados com grau 0; para o sítio corporal olho (p=0,004) e mão (p=0,003) com diminuição de seu acometimento; e para os nervos (p=0,020) com aumento de indivíduos sem nervos afetados. Conclusão: Os resultados indicam que apesar da hanseníase permanecer ativa na região estudada, a assistência tem se mostrado satisfatória.Palavras-chave: hanseníase, epidemiologia, prevenção e controle, atenção secundária à saúde.