Percepção das lideranças de enfermagem sobre a luta contra a precarização das condições de trabalho

Abstract

RESUMO Objetivo Descrever e analisar, sob a percepção das lideranças de enfermagem, questões de gênero e socioeconômicas dos trabalhadores da categoria que interferem na luta contra a precarização das condições de trabalho. Método Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, realizado na ABEn, Coren, sessões Rio de Janeiro e SindEnfRJ, com líderes de entidades de classe, profissionais de cargos de liderança, incluindo diretoria ou presidência. Realizaram-se entrevistas individuais, e os dados foram tratados por meio da técnica de análise de conteúdo. Resultados Participaram do estudo 17 líderes de entidades de classe. Se nas falas predominância feminina, dupla jornada de trabalho, origem social e cultural, desvalorização profissional, reduzida participação em espaços de luta e questões burocráticas do trabalho como justificativas para o baixo envolvimento em disputas trabalhistas. Conclusão São necessárias parcerias entre a categoria e as entidades de classe para maior mobilização e combate a esse processo perverso, por mudanças na legislação, imprescindíveis para viabilizar a manutenção do emprego, a qualidade de vida do trabalhador e, consequentemente, a excelência na assistência prestada à população.

Risco de uberização do trabalho de enfermagem em tempos de pandemia da Covid-19: relato de experiência

“…Ao pensar em empoderamento, não há como não recorrer à luta pela mudança na vida das mulheres que, ao longo dos anos, foram tratadas de forma desigual e marginalizadas. Um bom exemplo a ser citado é o Movimento Feminista que ocorreu na década de 1970 e usou o Development, v. 9, n. 10, e7629109060, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9060 empoderamento feminino como lema, com intuito de promover a emancipação das mulheres e a igualdade de gênero (Silva, Mourão, Goellner, & Gomes, 2020;Dias et al, 2019).…”

“…Ao tratar da luta feminina, também há a correlação com a enfermagem, categoria profissional formada, em maioria, por mulheres. Além disso, é a categoria mais numerosa nos serviços de saúde, encontra-se na linha de frente dos atendimentos em geral, desempenhando papel fundamental em todos os níveis de complexidade da atenção à saúde (Dias et al, 2019).…”

“…Assim, citam-se a opressão relacionada ao gênero, os salários baixos, as péssimas condições de trabalho, a ausência de reconhecimento profissional, as jornadas excessivas de trabalho, em suma, constatam-se a desvalorização e precarização do trabalho da enfermagem. Assim, configura-se em grupo que necessita se empoderar, ou seja, promover mudanças sociais, em busca da igualdade de direitos (Dias et al, 2019;Salvage, 2018). Reforça-se que, enfermeiros, a partir de processo de conscientização e criticidade, devem compreender a realidade em que estão inseridos, a fim de transformá-la.…”

“…Ademais, delineia a identidade de uma pessoa, gostos, anseios, idealizações, caracterizando o indivíduo em sua especificidade que, por sua vez, engendra experiências de prazer e sofrimento, satisfação e insatisfação, aderência ou repulsa, entre outras emoções e sentimentos que compõem a existência humana (Faza Franco & Farah, 2019). Research, Society and Development, v. 9, n. 10, e7629109060, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9060 4 O sofrimento psíquico vivido por tal grupo emergiu da aflitiva constatação de que o trabalho de enfermagem vem padecendo, por conta das duras adversidades impostas pelo ideário neoliberal no contexto laboral e, consequentemente, resultando em elevada precarização do trabalho (Dias, Souza, Penna, & Gallasch, 2019).…”

Dupla jornada de trabalho na enfermagem: dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho e cotidiano laboral

“…Thus, aware that until now there is no legal device that regulates the national working hours in the context of Nursing, 6 and considering that these professionals are inserted in a capitalist economic system, which is based on political and economic doctrines guided by neoliberalism and make them even more vulnerable to the processes of distress and illness, [7][8][9] it is fundamental to investigate this issue.…”