A dinâmica nas organizações tem sofrido significativas transformações, podendo modificar o sentido atribuído ao trabalho e desencadear vivências de prazer-sofrimento, considerando a organização do trabalho e das tarefas. Entre os grupos de trabalhadores mais sensíveis a essas mudanças estão os jovens, público que usualmente se submete a atividades precárias e percebem o estudo como sendo um investimento que lhes resultará em melhores condições de trabalho. Assim, o objetivo desta pesquisa consiste em descrever os sentidos atribuídos ao trabalho e às vivências de prazer e sofrimento na percepção de jovens trabalhadores-estudantes. Participaram do estudo 25 jovens, alunos de uma Instituição Pública de Ensino Superior da região Sudeste do Estado de Minas Gerais (MG). Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. Verificou-se predominância do sentido de trabalho enquanto atividade remunerada. O prazer envolve as relações socioprofissionais, condições de trabalho, realização profissional e liberdade de expressão. Por sua vez, o sofrimento está associado às relações socioprofissionais bem como as condições de trabalho, falta de reconhecimento e exigências físicas, como ficar em pé por muito tempo e realizar atividades que demandam esforço físico demasiado, e psicológicas, como ser submetido a constrangimentos e ter controle das emoções. Os resultados sugerem que pode haver ausência de prazer explicito no trabalho, mesmo quando este tem sentido.