Nesta reflexão, nossa hipótese considera que os caboclos são remanescentes de uma matriz africana de pensamento no Oeste de Santa Catarina, Brasil. Trata-se de uma problemática da história e da filosofia que evidencia a constituição de um ethos caboclo decolonial do Contestado. Diante disso, assumimos, nos procedimentos metodológicos, um delineamento bibliográfico, cuja abordagem é interpretativa e qualitativa. Se considerarmos o ethos, para os gregos (matriz dos colonizadores), como a própria ontologia, não nos é possível excluir ou violentar os traços do ethos das primeiras comunidades do Oeste catarinense, pois eles, os povos originários e os caboclos, também se caracterizam pelo espírito comunitário, pela igualdade e pela solidariedade. Em nosso resultado, constatamos que: a) o ethos decolonial caracterizou a essência nas comunidades do Oeste catarinense; e b) o ethos correspondeu à constituição dos hábitos das comunidades originárias, tornando impossível sua sobrevivência e resistência temporal. Por fim, o ethos caboclo foi constituído com os povos que viveram e resistiram no Oeste de Santa Catarina, a partir do cultivo da ancestralidade e das práticas do bem viver em sua territorialidade.