2000
DOI: 10.1590/s0102-69922000000200005
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Os museus Brasileiros e a constituição do imaginário nacional

Abstract: Resumo. Este artigo investiga a construção de mitos de origem presentes nos museus brasileiros, especialmente no Museu Nacional, e sua relação com imaginários coletivos que se constituem sobre o Brasil durante o Império. São analisados os museus brasileiros do século dezenove, sua relação com os museus europeus da mesma época, bem como elementos inerentes à sociedade brasileira. Procura-se mostrar, primeiro, a formação de narrativas em que tradições clássicas se entrelaçam com uma visão romântica da natureza l… Show more

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“…O surgimento dessa tipologia museal teve origem no final do século XVIII, no contexto da formação do conceito de Estado Nação, cujo princípio pedagógico estava em educar o povo com valores nacionalistas. Myriam Santos (2000) explica que, naquele momento, houve uma corrida das nações europeias para compor coleções museológicas com objetos da antiguidade clássica e objetos arqueológicos, botânicos, zoológicos e etnográficos originários dos territórios colonizados. Segundo a autora, essa concepção museal visava fixar os ideais imperialistas das nações colonizadoras, pois expunham "não apenas a riqueza de cada nação, mas o poder de cada nação em mostrar as riquezas trazidas de outras civilizações como parte de sua história" (SANTOS, 2000, p. 278).…”
Section: Consideraçõesunclassified
“…O surgimento dessa tipologia museal teve origem no final do século XVIII, no contexto da formação do conceito de Estado Nação, cujo princípio pedagógico estava em educar o povo com valores nacionalistas. Myriam Santos (2000) explica que, naquele momento, houve uma corrida das nações europeias para compor coleções museológicas com objetos da antiguidade clássica e objetos arqueológicos, botânicos, zoológicos e etnográficos originários dos territórios colonizados. Segundo a autora, essa concepção museal visava fixar os ideais imperialistas das nações colonizadoras, pois expunham "não apenas a riqueza de cada nação, mas o poder de cada nação em mostrar as riquezas trazidas de outras civilizações como parte de sua história" (SANTOS, 2000, p. 278).…”
Section: Consideraçõesunclassified
“…(SANTOS, 2002) Além das instituições públicas mais comuns, uma instituição que cumpriu igual função para o império brasileiro em seu projeto de consolidação de uma nação foi o Museu Real, atual Museu Nacional, não somente pelo contexto histórico da construção do Museu, mas pelo processo de mudança, ao longo do tempo, da concepção de "Museu" em todo o mundo; e pelo particular significado de um Museu do século XIX no Brasil, os quais partilhavam da prática da conceptualização de um mundo civilizado e em ascensão por ser uma instituição científica chave. (LOPES e MURRIELLO, 2005) A proposta desse artigo é demonstrar, com base em uma bibliografia correspondente, o processo de mudança das concepções sobre colecionismo e museu ao longo dos séculos, assim como o significado e a importância do cientificismo para a Europa e para o Brasil em pleno século da Segunda Revolução Industrial (ALMEIDA, 2001;LEITE, 2011;LOPES e MURRIELLO, 2005;SANTOS, 2000SANTOS, e 2002SCHWARCZ e DANTAS, 2008;SOUZA, 2009;TRIGGER, 2004). Autoras como Lilia Mortiz Schwarcz e Regina Dantas defendem que a prática do colecionismo da monarquia brasileira se resumia a duas hipóteses: uma questão de alteridade, a qual definiria "o outro" -aquelas sociedades as quais estavam sendo postas, perpassando outros significados e valores, dentro de um espaço museal como mera exposição e declaração de finitude -e o "eu"; e, por outro lado, tal prática poderia sinalizar a vontade ocidental de se possuir vestígios de todos os estágios civilizacionais para preservá-los.…”
Section: Introductionunclassified
“…Vários foram os trabalhos publicados. Destacam-se como referências cronológicas no campo dos museus em geral, do colecionismo e sistema de objetos e, principalmente, de coleções e museus indígenas as seguintes publicações:Menezes (1987);Gallois (1989);Souza Lima (1989);Gruber (1994);; Ferreira e Gomes (1999); Van Velthem (2004);;Kersten e Bonin (2007);Vidal (2008);Santos (2000;;Gonçalves (2016).…”
unclassified